A capital paraense está vivendo um verdadeiro boom na construção civil. Segundo levantamento recente, mais de 100 edifícios com mais de cinco pavimentos estão em construção ou com obras previstas para iniciar ainda este ano em Belém. É o maior volume de construções verticais da última década, com destaque para bairros como Umarizal, Nazaré e Batista Campos, que concentram os maiores empreendimentos.
Alguns dos prédios chegam a mais de 40 andares, como é o caso da Torre Vértice, da Leal Moreira, em Batista Campos, e o Village Vip, no Umarizal, com 34 andares. Mas o crescimento não se limita às áreas nobres — bairros periféricos como Castanheira e Tapanã também têm recebido investimentos imobiliários relevantes.
EDIFÍCIOS EM CONSTRUÇÃO E LANÇADOS EM BELÉM
A proximidade da COP30, que será realizada em Belém em 2025, é um dos fatores que impulsionam esse crescimento. A expectativa de receber cerca de 50 mil visitantes (podendo chegar a 60 mil) está levando empresários e moradores a reformar casas, construir kitnets e investir em hospedagem alternativa.
Francisco Caxias, mestre de obras, relata a alta demanda. “Tenho oito quitinetes pra entregar e não dou conta. Um chama daqui, outro dali”, conta. O arquiteto Ricardo Garcia, que o contratou, afirma que a mão de obra está escassa. “Tá difícil encontrar profissional, e quem paga mais, leva”, diz.
Além das reformas residenciais, há forte movimentação no setor hoteleiro. O empresário Izan Anijar, por exemplo, revela que sua empresa está trabalhando em seis projetos de hotelaria simultaneamente. “Sem a COP, com certeza, não teríamos esse ritmo acelerado”, afirma.
Esse aquecimento também reflete no comércio. Lojas de móveis e materiais de construção registram aumento de até 25% na procura em relação ao ano passado. No entanto, a alta demanda pressiona os preços: o tijolo, por exemplo, ficou 12,6% mais caro em Belém nos últimos 12 meses, segundo o IBGE — mais que o dobro da média nacional.
Outros itens também encareceram, como os revestimentos de piso e parede, que subiram 2,73% na capital. Em contrapartida, materiais como telhas, cimento e ferragens ficaram mais baratos, ajudando a equilibrar parte dos custos.
Belém se transforma diante de um evento de escala internacional. A verticalização, a corrida por mais leitos e o crescimento acelerado da construção mostram uma cidade em adaptação — e que ainda enfrenta desafios, como a escassez de mão de obra qualificada e o aumento nos custos de produção.
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Com Informações: Pará News Web