Brasil tem aumento de fumantes pela 1ª vez desde 2007, diz Ministério da Saúde

Brasil tem aumento de fumantes pela 1ª vez desde 2007, diz Ministério da Saúde

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Brasil registrou, em 2024, o primeiro aumento na prevalência de fumantes adultos desde 2007, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. A pasta afirma que houve um crescimento de 9,3% para 11,6% na proporção de adultos fumantes.

A pesquisa foi realizada em capitais e no Distrito Federal e apresentada nesta quarta-feira (28), durante evento do ministério em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado oficialmente em 31 de maio. O aumento é o primeiro observado na série histórica do levantamento.

Os mesmos dados apontam que 13,8% dos homens adultos fumam, contra 11,7% no ano anterior. O percentual para as mulheres subiu de 7,2% para 9,8% em 2024.

“Em 2023 já havia um leve aumento [no consumo] entre 18 e 34 anos. Agora na média geral a gente observou esse aumento. É urgente que a gente volte a intervir mais duramente sobre as ações que a gente sabe que dão certo, especialmente se comunicando com os jovens, que estão voltando a fumar”, disse nesta quarta-feira (28) a diretora do Daent (Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis) do Ministério da Saúde, Letícia de Oliveira Cardoso.

O ministério ressaltou que houve um aumento relativo de 25% do total de adultos fumantes.

“Pela primeira vez desde 2007 temos um ponto que está ascendente na curva, isso nunca foi visto. É um dado muito preocupante e não estou falando do cigarro eletrônico, mas do cigarro. A prevalência de fumantes entre adultos aumentou pela primeira vez na série histórica”, afirmou ainda.

A mesma pesquisa aponta que 2,6% dos adultos das capitais usavam, no último ano, cigarro eletrônico diariamente ou ocasionalmente. Em 2023, esse percentual era de 2,1%. O ministério considera que há um cenário de estabilidade.

Entre as mulheres, porém, o uso do cigarro eletrônico subiu de 1,4% para 2,6% em 2024. Os dados preliminares apontam redução de 2,9% para 2,5% do percentual de homens adultos que usam esses dispositivos.

“Mesmo que esteja estável, é o ponto mais alto desde 2019, quando começamos a monitorar, mostrando uma tendência de aumento”, disse Cardoso.

No mesmo evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), disse que é preciso fazer “propaganda contrária” aos derivados do tabaco. “Divulgar impactos negativos na área da saúde, na economia”, disse Padilha.

O Ministério da Saúde estima o percentual de fumantes no Brasil desde 2006 por meio da pesquisa Vigitel, que é feita por ligações telefônicas. No primeiro ano, o estudo apontou que 15,7% da população de adultos das capitais fumava.

A pasta disse que os próximos levantamentos também serão feitos com a população que não vive nas capitais.

A secretária-executiva da Conicq (Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro sobre o Controle do Tabaco), Vera Luiza da Costa e Silva, disse que a tributação sobre o cigarro está defasada. Ela afirmou que existe a expectativa de o imposto seletivo, previsto na reforma tributária, “mudar a curva de aumento do consumo”.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe desde 2009 a importação, publicidade e comercialização dos produtos oficialmente chamados de DEF (Dispositivos Eletrônicos para Fumar), categoria que inclui cigarros eletrônicos e vapes. Em 2024, a agência decidiu manter o veto ao considerar que não há dados apontando benefícios sobre a regularização do produto.

O Ministério da Saúde também divulgou nesta quarta-feira (28) estudo do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontando que o governo federal gasta R$ 5 com doenças ligadas ao fumo para cada R$ 1 de lucro da indústria do tabaco.

A mesma pesquisa atribui uma morte para cada R$ 156 mil de lucro das empresas com a venda de cigarros legais. O levantamento cruzou dados de 2019 e considerou as mortes relacionadas ao tabagismo, como por doenças cardíacas isquêmicas, AVC (acidente vascular cerebral) e câncer de pulmão.

Notícias ao Minuto

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