Durante a conferência preparatória para a COP30 realizada em Bonn, na Alemanha, chamou atenção o desconhecimento de representantes internacionais sobre a cidade de Belém. Segundo a diretora executiva da COP30, Ana Toni, muitos integrantes de delegações estrangeiras sequer sabiam o tamanho da capital paraense ou que se tratava de uma das principais metrópoles da Amazônia brasileira.
“Havia muitas dúvidas sobre segurança, transporte, saúde, se Belém tem capacidade ou não. Pouca gente sabia o tamanho de Belém, pouca gente sabia o que já foi feito”, declarou Toni em entrevista ao Observatório do Clima.
Belém, que irá sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em novembro deste ano, tem cerca de 1,5 milhão de habitantes e compõe, junto com Ananindeua e outros municípios, uma região metropolitana de mais de 2,5 milhões de pessoas — a maior da Amazônia Oriental e uma das dez maiores do Brasil. Ao lado de Manaus, forma o principal eixo urbano da floresta amazônica.
Amazônia urbana é pouco conhecida fora do Brasil
A percepção equivocada de que a Amazônia se resume a floresta e populações ribeirinhas reforça o quanto a Amazônia urbana ainda é invisível no debate climático internacional. A região abriga milhões de brasileiros que vivem em grandes centros urbanos, com os mesmos desafios de infraestrutura, mobilidade, saúde e segurança de outras capitais brasileiras.
Segundo Ana Toni, após muitas conversas com representantes estrangeiros durante a reunião técnica da ONU, o foco das preocupações passou a ser mais específico: os altos preços de hospedagem praticados por hotéis em Belém. O governo federal, estadual e municipal já estariam atuando para conter os abusos, dialogando com donos de hotéis, plataformas de aluguel por temporada e órgãos de turismo.
“A gente saiu de um debate de dúvidas muito amplas sobre Belém para uma dúvida específica, que é o preço da acomodação”, afirmou a diretora da COP30.
Com Informações: Para Web News