Tarcísio diz que SP vive epidemia de crimes praticados por pessoas em motos

Zona norte de SP concentra pontos com mais mortes no trânsito desde 2015

(FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta segunda-feira (11) que São Paulo vive uma epidemia de crimes praticados por condutores de motocicletas.

A frase foi dita em entrevista ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), no centro da capital paulista, durante apresentação de 100 motocicletas, da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, equipadas com câmeras capazes de ler placas de outros veículos.

Integradas à central de monitoramento do Smart Sampa (programa de vigilância da prefeitura por meio de câmeras), uma das funções dos equipamentos é identificar placas adulteradas que circulam em motos na cidade de São Paulo. Ou flagrar motocicletas roubadas.

Ao identificar qualquer irregularidade, o sistema gera um alerta imediato e a central envia as informações para a mesma equipe que captou a imagem, possibilitando abordagens mais rápidas.

“É gente que adultera placas”, disse Tarcísio. “Se estabeleceu um comércio de bags [bolsas de aplicativo de entrega de comida] e de armas. Às vezes, como forma de pagamento [para esses objetos], há um celular roubado.”

Durante o evento desta segunda-feira, que conto com a cúpula da segurança pública do estado e da cidade, como os secretários de segurança municipal) e estadual, e os chefes das polícias Civil e Militar, foi lembrado o caso do ciclista Vitor Medrado, 46, assassinado em fevereiro passado pelo garupa de uma motocicleta com placa falsa, durante roubo de celular.

O crime ocorreu ao lado do parque do Povo, no Itaim Bibi (zona oeste da capital). Suspeitos do latrocínio, condutor e garupa da moto, identificada por câmeras de monitoramento, estão presos.

Os registros do percurso por câmeras mostraram que ele [condutor] foi até Paraisópolis, comunidade da zona sul.

“Na casa da Mainha do Crime [em Paraisópolis], além das bags falsas para se achar que [o ladrão] era um entregador, tinham dez placas falsas”, afirmou o prefeito.

Presa em fevereiro, Suedna Barbosa Carneiro, 41, conhecida como Mainha do Crime, é suspeita de chefiar uma quadrilha que agenciava vários crimes em São Paulo, como os que terminaram com as mortes do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior e do ciclista Vitor Medrado.

O inquérito policial mostrou que ela pagava até R$ 2.000 por celular roubado. Na época da prisão, a defesa negou envolvimento com mortes e não reconheceu objetos apreendidos.

Tanto o prefeito quanto o governador reclamaram do fim dos lacres nas placas de veículos, com a implantação do modelo Mercosul, a partir de 2018.

“É fundamental que a gente aumente as camadas de segurança com relação a essas motocicletas que passam pela cidade”, disse Tarcísio.

Nunes enviou em junho um ofício ao Ministério dos Transportes pedindo a volta do lacre. Questionada sobre a solicitação do prefeito, a pasta do governo Lula (PT) diz que o documento está em análise.

Apesar de dizer que números da criminalidade caíram, Tarcísio admitiu que a sensação de segurança, não.

Segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança divulgados no fim de julho, a cidade de São Paulo viu crescer de forma significativa o número de homicídios no 1º semestre deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Em seis meses foram 268 assassinatos ante 232 registros de janeiro a junho de 2023, alta de 15%. Foi a maior notificação de mortes com intenção desde 2021, quando houve 318 vítimas.

Crime que reflete diretamente na sensação de segurança da população, segundo especialistas, o latrocínio (roubo seguido de morte) teve uma ligeira queda em São Paulo, com seis vítimas a menos no semestre, que anotou 21 ocorrências.

Tarcísio voltou a defender endurecimento das leis nesta segunda-feira. “Não adianta prender 20 ou 30 vezes o mesmo camarada e ele não ficar preso. O assassino do Vitor Medrado era reincidente.”

O governador citou em seu discurso outros casos de vítimas mortas em latrocínios envolvendo criminosos reincidentes.

Os locais onde houve mais acidentes fatais de trânsito foram organizados em mapa de acordo com a geolocalização das ocorrências registradas nos últimos nove anos em São Paulo pela Folha a partir de informações do Infosiga, sistema estadual que mede a violência no trânsito

Folhapress | 10:36 – 11/08/2025

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