Israel e a "prática de matar": Mais 6 jornalistas 'desaparecem' de Gaza

Quatro jornalistas são mortos em ataque de Israel a hospital em Gaza

O início da semana ficou marcado por mais ataques na Faixa de Gaza que, para além de causarem cerca de 20 palestinos mortos, resultaram ainda na morte de pelo menos seis jornalistas.

Tudo começou com um ataque ao hospital de Nasser, onde começou por ser noticiado que quatro jornalistas tinham morrido e um quinto tinha ficado com ferimentos graves. Este último acabou também morrendo e, mais tarde, ainda na segunda-feira, foi anunciada ainda a morte de um outro jornalista.

Os quatro jornalistas que morrerem foram Hossam Al Masri, repórter de imagem da Reuters, Mohamed Salama, repórter de imagem da Al Jazeera, Mariam Abu Dagga (repórter da Associated Press) e Moaz Abu Taha, que foi em uma primeira instância associado à NBC News, tendo a estação televisiva vindo esclarecer que isto não se verificava – a Reuters explicou depois trabalhava com Taha.

Depois de ter sido transferido para o hospital com ferimentos graves, também Ahmed Abu Aziz, que trabalhava para a Quds News Network, morreu.

Ao final do dia também foi anunciada a morte de um sexto jornalista, Hassan Douhan, que terá sido atingido a tiro por soldados israelitas em Khan Younis. De acordo com a publicação Middle East Eye, Douhan era o editor da publicação Al-Hayat al-Jadida, o diário da Autoridade Nacional Palestina. Douhan era um jornalista de investigação que, de acordo com a imprensa, estava orientando vários jornalistas a trabalhar no enclave.

De acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas, desde que o conflito se intensificou no Médio Oriente, com os ataques de 7 de Outubro, já morreram cerca de 200 jornalistas.

Netanyahu fala em “trágico acidente”, mas o resto do mundo condena

Após as primeiras mortes serem conhecidas, e confirmando o ataque ao hospital, Israel não demorou a reagir, lamentando “qualquer dano a pessoas não envolvidas”. As forças israelitas referiram ainda que “não atacam jornalistas enquanto tal” e que foi ordenada uma “investigação preliminar fosse realizada o mais rápido possível”.

Mas para além das chefias militares, também o governo reagiu, com o primeiro-ministro israelita lamentando o “trágico acidente” que matou os jornalistas.

Na nota hoje divulgada pelo seu gabinete, Netanyahu afirma que “Israel valoriza o trabalho dos jornalistas, dos profissionais de saúde e de todos os civis”.

“A nossa guerra é contra os terroristas do Hamas. Os nossos objetivos conjuntos são derrotar o Hamas e trazer os nossos reféns de volta para casa”, afirmou ainda o primeiro-ministro israelita, a respeito dos objetivos que traçou para o conflito.

Já o Hamas acusou Israel de atacar deliberadamente médicos e jornalistas ao bombardear a unidade hospitalar e denunciou que com este “novo massacre” Telavive quis intimidar jornalistas para que não relatem a “limpeza étnica” que está acontecendo na Faixa de Gaza.

A União Europeia (UE) exigiu que Israel pare com “a prática de matar” jornalistas, médicos e equipes de resgate, após um duplo ataque do Exército israelita contra um hospital na Faixa de Gaza.

“Mais uma vez, peço a Israel que pare com a prática de matar aqueles que tentam informar o mundo sobre o que acontece em Gaza”, escreveu a comissária europeia para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, na rede social X.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou veemente a morte dos palestinos e sublinhou que entre as vítimas estavam médicos e jornalistas. A ONU pediu ainda que fosse desenvolvida uma investigação ao caso, advogando que as mortes em causa realçam os riscos extremos que os profissionais de saúde e os jornalistas enfrentam ao realizarem o “seu trabalho vital no meio deste conflito brutal”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o ataque, considerando-o como intolerável e salientando que “civis e jornalistas devem ser protegidos em todas as circunstâncias”.

Na mesma publicação onde condenou este ataque, Macron contou que tinha falado com o Emir do Qatar, escrevendo ainda: “Trocamos opiniões sobre a dramática situação em Gaza. Reduzir uma população à fome é um crime que deve acabar imediatamente.”

De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestino, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez cerca de 62.700 mortos.

Todos os jornalistas mortos foram identificados e trabalhavam reportando a guerra em Gaza para jornais internacionais

Folhapress | 10:00 – 25/08/2025

Fonte: Notícias ao Minuto

Compartilhe:

PUBLICIDADE

Portal Gurupi
Políticas de privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.