A UEFA pode realizar já na próxima semana uma votação de emergência para decidir sobre a suspensão de Israel de suas competições, em meio à crescente pressão política internacional.
Federações nacionais correm para se posicionar diante do tema, que ganhou força após especialistas da ONU pedirem o banimento do país diante do que chamam de genocídio nos territórios palestinos ocupados.
Uma fonte confirmou que a entidade europeia de futebol avalia a medida, o que poderia colocá-la em rota de colisão com os Estados Unidos, um dos países-sede da Copa do Mundo de 2026, cujo governo se declarou contrário à suspensão.
“Trabalharemos para impedir qualquer esforço de banir Israel da Copa do Mundo”, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado americano à Sky News.
Embora a UEFA tenha poder para excluir Israel de suas competições de clubes e seleções, a decisão não teria efeito automático sobre as Eliminatórias da Copa do Mundo, que são organizadas pela Fifa.
Os secretários-gerais das federações nacionais da UEFA estão reunidos nesta semana em Marbella, na Espanha. Israel não está oficialmente na pauta, mas dirigentes acreditam que uma votação extraordinária será convocada nos próximos dias.
Procurada, a Fifa não respondeu à Reuters, enquanto a UEFA preferiu não se pronunciar.
O presidente da Associação Palestina de Futebol, Jibril Rajoub, defendeu sanções imediatas. “Israel violou princípios, valores e estatutos da FIFA. Acredito que deva ser punido, e as sanções devem partir tanto da UEFA quanto da Fifa”, afirmou à emissora TV2.
Eliminatórias
A seleção israelense tem compromissos contra Noruega e Itália no próximo mês, pelas Eliminatórias da Copa. Procurada, a Federação Israelense disse não ter recebido indicação de uma possível suspensão e afirmou estar focada nos jogos.
A Noruega, segundo a imprensa local, é uma das federações que lideraram a pressão por um encontro sobre a situação. Lise Klaveness, presidente da federação norueguesa e integrante do Comitê Executivo da UEFA, já se manifestou criticamente sobre a crise em Gaza e anunciou que a renda do jogo contra Israel, em 11 de outubro, será destinada a ajuda humanitária.
O governo da Espanha também entrou no debate: o primeiro-ministro Pedro Sánchez defendeu o banimento de Israel das competições internacionais. A federação espanhola (RFEF), porém, tem evitado se posicionar.
Com Informações: CNN Brasil