Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro em Belém, o mercado de hospedagem e imóveis na capital paraense registra forte retração de preços. Fontes da Abih-PA, Creci-PA e da plataforma Airbnb apontam que as reduções podem ultrapassar 60% em relação aos valores inicialmente projetados — fenômeno que o setor local classifica como um “ajuste à realidade”.
Hotéis: queda intensa nos valores
O presidente da ABIH-PA, Tony Santiago, afirma que muitos hotéis que mantinham tarifas altas foram obrigados a oferecer descontos substanciais. Ele observa que:
- Hotéis mais distantes do Parque da Cidade — local previsto para eventos da COP — registram quedas de até 50 % nas diárias.
Estabelecimentos mais centrais ou próximos aos polos oficiais apresentam variações menores, com reduções em torno de 30 %.
Mesmo assim, segundo Santiago, hotéis associados à ABIH já estão com ocupação elevada, atingindo 96 % para o período da conferência.
Esse movimento decorre, em parte, do fato de que muitos viajantes e delegações ainda deixaram reservas para a última hora, tornando a “guerra de preços” uma estratégia para evitar quartos vazios.
Imóveis e aluguel por temporada: repercussão severa
No setor imobiliário, a retração também é expressiva. Segundo a presidente do Creci-PA, Maria Luísa Carneiro, muitos imóveis usados para aluguel de temporada sofreram cortes que ultrapassam 60 % do valor inicialmente anunciado.
Algumas corretores relataram que:
- Imóveis que estavam cotados por US$ 100 a US$ 300 a diária permanecem sem procura.
No caso extremo, apartamentos que chegaram a ser anunciados por R$ 10 000 passaram por ajustes para R$ 5 000 ou mais baixos, ainda sem locação garantida.
A plataforma Airbnb confirmou essa tendência: em outubro, observa-se queda de 40 % no preço médio das acomodações para o período da COP, quando comparado a fevereiro de 2025.
Reações e causas apontadas
Segundo especialistas do setor, a especulação inicial de preços elevados foi contida pela falta de demanda proporcional. O excesso de oferta frente à procura real fez com que muitos proprietários “baixassem a crista” para fechar negócios.
Tony Santiago usa expressão forte para descrever a situação: a “sanha desenfreada” dos preços abusivos deu lugar à decepção frente à realidade do mercado.
Além disso, embora haja forte interesse em acomodar delegações e participantes estrangeiros, muitos países ainda não confirmaram hospedagens — o que reduz a pressão imediata de demanda.
Outra fonte relevante ao debate é a imprensa internacional, que já denunciou preços exorbitantes em Belém durante a preparação da COP. Por exemplo, reportagens em jornais estrangeiros apontam que — em fases iniciais da especulação — diárias chegavam a estar entre US$ 200 e US$ 3.700 por noite, valores considerados impagáveis por muitos delegados, comprometendo a inclusividade do evento.
Para visitantes e delegações que ainda não fecharam hospedagem, essa queda de preços pode representar uma oportunidade tardia. No entanto, o quadro revela fragilidade: muitos empreendimentos poderão operar com margens reduzidas ou até prejuízo se não equilibrar o custo com ocupação.
No pós-COP, espera-se reposicionamento de tarifas e ajustes que reflitam a popularidade e a visibilidade internacional que Belém pode conquistar. Se a cidade for bem avaliada em logística e hospitalidade, isso poderá impulsionar o turismo futuro e valorizar imóveis em áreas bem localizadas.
Contudo, se a COP for percebida como problemática — pela falta de estrutura, altos preços iniciais ou logística falha —, isso pode gerar relato crítico no exterior e manchar a imagem de Belém como cidade anfitriã.
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