Câmara apoia fim de supersalários, mas rejeita reformas fiscais, indica levantamento

Câmara apoia fim de supersalários, mas rejeita reformas fiscais, indica levantamento

(FOLHAPRESS) Enquete do Movimento Orçamento Bem Gasto, realizada presencialmente com 184 deputados federais, indica que o controle de supersalários é a única proposta de ajuste orçamentário que conta com apoio majoritário e, na visão da maioria, tem chances reais de ser aprovada até 2027.

Medidas da cartilha liberal, como o fim dos pisos obrigatórios de gastos em saúde e educação, a desindexação dos benefícios previdenciários e uma nova reforma da Previdência, são amplamente rejeitadas pelos parlamentares, que também afirmam não acreditar em sua aprovação nos próximos dois anos.

O movimento, formado por economistas e especialistas que defendem uma gestão mais transparente e eficiente das contas públicas, encomendou a pesquisa para medir a percepção dos deputados sobre o processo orçamentário e a aceitação de oito medidas fiscais. O levantamento, feito em setembro, ouviu um número representativo de bancadas da Câmara, que tem 513 cadeiras.

Como esperado, a proposta de redução das emendas parlamentares — que somam mais de R$ 50 bilhões por ano — é a mais rejeitada pelos deputados. Segundo o levantamento, 47% não concordam que o corte melhoraria a qualidade e a sustentabilidade fiscal do orçamento, enquanto apenas 29% concordam, sendo a maioria ligada à base de apoio do presidente Lula. A chance de aprovação até 2027 é considerada possível por apenas 24%, contra 66% que veem isso como improvável.

Outras propostas defendidas por economistas liberais também têm baixa aceitação. A desvinculação dos benefícios previdenciários do reajuste do salário mínimo, por exemplo, é rejeitada por 39% dos deputados e apoiada por apenas 23%. A maioria (65%) não acredita que a medida será aprovada até 2027.

A extinção dos pisos constitucionais para saúde e educação e uma nova reforma da Previdência apresentam resultados semelhantes. Apesar de certo equilíbrio entre apoio e rejeição à reforma previdenciária, 64% dos entrevistados afirmaram não ver chance de aprovação no curto prazo. A última reforma foi aprovada em 2019, com previsão de economia de R$ 800 bilhões em dez anos.

Já a reforma do regime previdenciário dos militares tem apoio de 48% dos parlamentares, mas, novamente, a maioria considera improvável sua aprovação nos próximos anos.

O único tema que une apoio e otimismo é o controle dos supersalários. Cerca de 69% dos deputados defendem o fim dos vencimentos acima do teto do funcionalismo, e 52% acreditam que a proposta pode ser aprovada até 2027. A reforma administrativa, que trata dessa questão, foi recentemente protocolada na Câmara sob condução do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). No entanto, enfrenta resistência de bancadas sensíveis à pressão de categorias do funcionalismo público.

A pesquisa também abordou a percepção dos deputados sobre o processo orçamentário. Embora a maioria reconheça a necessidade de novas regras para equilibrar as contas públicas, o mesmo grupo acredita que a legislação atual já é suficiente para conter a irresponsabilidade fiscal.

Mais da metade dos parlamentares, porém, criticou o processo de elaboração do Orçamento, afirmando que ele não é democrático nem de fácil compreensão para o cidadão comum.
 
 
 

Fonte: Notícias ao Minuto

Compartilhe:

PUBLICIDADE

Portal Gurupi
Políticas de privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.