A apresentação da Bicharada do Juaba, manifestação tradicional da cultura ribeirinha de Cametá, no palco da Green Zone da COP30, em Belém, tornou-se alvo de ataques de páginas e influenciadores bolsonaristas nas redes sociais. Após viralizarem imagens do grupo durante o evento, contas alinhadas à extrema direita passaram a acusar, de forma falsa, que os participantes seriam “atores contratados” para representar “uma cultura artificial”.
A alegação é falsa. A Bicharada do Juaba é formada por moradores da comunidade ribeirinha de Juaba, às margens do Rio Tocantins, em Cametá. Trata-se de uma tradição centenária, reconhecida na região como símbolo de identidade cultural. Os integrantes se caracterizam como animais — não apenas da Amazônia, como onça, jacaré, macaco e garça, mas também espécies de outras partes do mundo — em uma celebração que mistura dança, música, teatro popular e devoção comunitária.
Durante a abertura da COP30, a performance chamou a atenção de delegações árabes, europeias, chinesas e latino-americanas, que registraram e aplaudiram o espetáculo. A presença do grupo na conferência reforçou a diversidade cultural amazônica e a relação profunda entre território, fauna e modo de vida ribeirinho.
Os ataques da extrema direita seguiram um padrão já conhecido: deslegitimar expressões culturais amazônicas e gerar conteúdo para engajamento político com base na desinformação. Moradores de Cametá e pesquisadores de cultura popular reagiram, defendendo o grupo e ressaltando seu valor histórico e artístico.
A participação da Bicharada do Juaba na COP30 foi viabilizada com apoio da Prefeitura de Cametá, que vem ampliando ações de valorização da cultura local e de circulação dos grupos tradicionais em eventos nacionais e internacionais.
Com cores vibrantes, música própria e uma mensagem de afirmação da vida amazônica, a Bicharada do Juaba mostrou ao mundo que cultura ribeirinha é resistência, beleza e memória — apesar dos ataques.
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