Por: Theíza Cristhine
Publicado em 13/11/2025 13h28
A Polícia Civil aguarda autorização judicial para transferir do Maranhão para o Pará Gigliolla Sena Silva, de 30 anos, e Wanderson Silva de Sousa, de 28 anos.
O casal está preso temporariamente desde o dia 7 como suspeito pelo desaparecimento do contador Victor Augusto da Rocha Arnaud, de 53 anos, morador de Xinguara. Ele não é visto desde o dia 30 de outubro. A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou ao Correio de Carajás na manhã desta quinta-feira (13) que a transferência ainda não ocorreu.
Gigliolla é mãe de uma menina de cinco anos, filha da vítima. Nesta semana, passou a circular em redes sociais imagens que supostamente mostram Victor Augusto em um estabelecimento comercial durante o horário de almoço no dia 30.
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Nas gravações, ele apareceria chegando primeiro ao local. Em seguida, chegam um casal e uma criança, supostamente os suspeitos e a filha da vítima. A Polícia Civil não confirmou, até o momento, se as pessoas nas imagens são as envolvidas no caso e se, de fato, elas foram gravadas na data do desaparecimento, mas informou ter recolhido vídeos de câmeras de segurança para auxiliar nas investigações.
Prisão
O casal foi localizado pela Guarda Municipal de Estreito (MA) após informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo setor de Inteligência da Polícia Civil do Pará (Polinter), que havia identificado o veículo da vítima, um Jeep Renegade, placa OIA-1F38, no município maranhense.
Gigliolla e Wanderson tentavam atravessar o Rio Tocantins em uma balsa quando foram abordados. Contra o casal foi cumprido um mandado de prisão temporária expedido pela Vara Criminal de Xinguara por suspeita de latrocínio (roubo seguido de morte).
Durante a abordagem, os suspeitos afirmaram desconhecer o paradeiro de Victor, que ainda não foi localizado.
O casal estava acompanhado da filha de Gigliolla com Victor, uma criança de cinco anos. A decisão judicial que determinou a prisão também ordenou que os Conselhos Tutelares de Estreito e Xinguara adotassem providências quanto à guarda e proteção da menor, incluindo a busca por familiares aptos a assumir a guarda provisória.
Vestígios de sangue e desordem
Conforme apuração exclusiva do Correio de Carajás, diligências realizadas na casa da vítima indicaram que o interior do imóvel estava consideravelmente desorganizado. Foram encontradas manchas de sangue em dois lençois e em um colchão. O carro da vítima não se encontrava na garagem.
Apesar disso, não havia sinais de arrombamento nas portas ou janelas. No local, uma câmera de segurança foi encontrada no chão da cozinha, sem o cartão de memória — o que sugere uma tentativa de apagar evidências, conforme consta nos autos.
Linha do tempo
De acordo com investigação do Correio de Carajás, um amigo de Victor costumava manter contato diário com o contador por motivos profissionais, o que despertou suspeita quando ele parou de responder às mensagens.
No dia 4 de novembro, a vítima teria solicitado a um conhecido a quantia de R$ 1.600, alegando que usaria o valor para a festa de aniversário da filha. O pedido causou estranheza, já que Victor era financeiramente estável e não costumava pedir dinheiro emprestado.
No mesmo dia, uma foto do cachorro de Victor dentro de um carro foi publicada em suas redes sociais, algo incomum, pois ele não viajava com o animal, preferindo deixá-lo com amigos. O cachorro foi encontrado amarrado a uma corda próximo à rodoviária de Xinguara.
No dia seguinte (5 de novembro), uma colega de trabalho recebeu uma mensagem supostamente enviada por Victor, dizendo que ele estava na Receita Federal de Redenção.
A mensagem veio acompanhada de uma foto de visualização única, mostrando apenas parte de um braço. A mulher achou estranho, pois o braço aparentava estar depilado — diferente do de Victor, que tinha muitos pelos.
Próximos passos
A Polícia Civil de Xinguara aguarda a transferência de Gigliolla e Wanderson para o Pará, onde ambos serão ouvidos formalmente. O objetivo é dar prosseguimento às investigações e tentar localizar Victor.
A prisão temporária do casal tem prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogada conforme decisão judicial.







