Após decolar, explode foguete que marcaria 1º lançamento orbital da história em solo brasileiro

Após decolar, explode foguete que marcaria 1º lançamento orbital da história em solo brasileiro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aquele que seria o primeiro lançamento orbital do Brasil, pela empresa startup sul-coreana Innospace, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, sofreu uma anomalia durante o voo, pouco menos de dois minutos após a decolagem, na noite desta segunda-feira (22).

O lançamento do foguete Hanbit-Nano se iniciou às 22h13, e foram registradas as etapas de superação da velocidade do som (Mach 1) e o momento de máxima pressão aerodinâmica, quando a imagem foi cortada para o centro de controle e surgiu na tela a informação da anomalia. Ainda não está claro o que exatamente deu errado, mas o veículo foi perdido e a transmissão foi cortada logo após a falha.

A julgar pelo momento da interrupção, a falha se deu ainda na fase propulsada do primeiro estágio. Com a falha, este lançamento se junta a outras três tentativas do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), realizadas em 1997, 1999 e 2003, que também fracassaram em atingir a órbita.

A despeito da frustração, vale destacar que um desfecho como esse é absolutamente normal e esperado, em se tratando de um novo lançador, em seu primeiro teste em voo.

Antes dele, a Innospace já havia lançado, também de Alcântara, o Hanbit-TLV, um protótipo menor, de estágio único, em março de 2023. Com perfil suborbital (em que o foguete atinge o espaço, mas não com a velocidade necessária para colocar artefatos em órbita), o voo tinha por objetivo justamente testar os sistemas que viriam a ser incorporados ao primeiro estágio do Hanbit-Nano. Naquela ocasião, o lançamento foi bem-sucedido.

Adiamentos

A Operação Spaceward, como foi batizada conjuntamente pela Innospace e pela Força Aérea Brasileira (que administra o centro de Alcântara), previa originalmente a decolagem para a última quinta-feira (17), data que chegou a ser remarcada outras duas vezes (para os dias 19 e 22), por diversos problemas durante a preparação do foguete –desde falta de fornecimento de energia à plataforma até um problema com uma das válvulas do foguete, passando por más condições meteorológicas.

Foi, por sinal, o mau tempo –uma chuva na tarde desta segunda– que empurrou as operações para o lançamento para o fim da noite, com a ereção do foguete (que originalmente é levado à plataforma “deitado”), a checagem dos sistemas de bordo e de solo e as operações de abastecimento.

O Hanbit-Nano é um foguete de dois estágios e 21 metros de comprimento. O primeiro deles é movido por um motor híbrido, que combina parafina e oxigênio líquido –a combinação torna suas operações mais simples. Já o segundo conta com um motor movido a metano e oxigênio líquidos. Aparentemente, não houve sequer chance de testar o segundo estágio em voo, com a falha prematura. As cargas úteis embarcadas (cinco nanossatélites brasileiros e três experimentos) também foram perdidos.

Os engenheiros da Innospace agora analisarão os preciosos dados colhidos no teste para que possam corrigir os problemas e fazer uma nova tentativa, embora ainda não esteja claro quando ela possa vir a acontecer.

A empresa sul-coreana até agora foi a única das que obtiveram uma licença para realizar lançamentos a partir de Alcântara a chegar a um estágio operacional. O centro brasileiro oferece uma vantagem considerável, sobretudo para foguetes de pequeno porte, por sua proximidade com a linha do equador: a apenas 2,3 graus ao sul, ele permite que lançadores economizem combustível em razão da rotação mais rápida da Terra na faixa equatorial –é como se o próprio planeta desse uma mãozinha extra ao foguete para atingir a velocidade necessária para se manter em órbita, algo como 27 mil km/h.

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