Últimas Notícias
Argentina rejeita ‘decisão unilateral’ da Venezuela sobre sua embaixada em Caracas
Incêndio é registrado em apartamento de prédio residencial no bairro do Marco, em Belém
Athletic x Ypiranga: onde assistir ao vivo e as escalações do jogo de hoje (07/09) pela Série C
Corpo de jovem é encontrado em cova rasa em Marituba
Dia da Independência 2024 reúne forças civis e militares em Belém
Três paramédicos libaneses morrem em ataque israelense
Delegado aposentado é morto durante assalto no DF; suspeito é preso em seguida
Ato na Paulista pede impeachment de Alexandre de Moraes e anistia aos presos de 8 de Janeiro
Suspeitos de ordenar extorsão a comerciantes são presos no Guamá e Terra Firme, em Belém
Brusque x Santos: onde assistir ao vivo e as escalações do jogo de hoje (07/09) pela Série B
Venezuela notifica Brasil sobre revogação da custódia sobre a embaixada da Argentina
Governador Helder Barbalho exonera Secretário de Meio Ambiente
Venezuela quer suspender custódia do Brasil sobre embaixada argentina
Grito dos Excluídos reúne diversas organizações em sua 30ª edição, em Belém
Campina Grande celebra 7 de Setembro com desfiles cívicos
Next
Prev

Biden adianta retirada americana do Afeganistão, e Rússia e China ocupam vácuo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Temendo o aumento da instabilidade com o risco de uma guerra civil generalizada no Afeganistão, Rússia e China trabalham para ocupar o vácuo deixado pela retirada norte-americana do país do sul asiático.

Potências regionais, Turquia e Irã também buscam estabelecer mais influência. Nesta quinta (8), o presidente americano Joe Biden anunciou o "fim da missão" no país em 31 de agosto, dez dias antes do previsto anteriormente.

Na semana passada, as forças americanas desocuparam após 20 anos a base aérea de Bagram, a principal do país.

Os EUA invadiram o Afeganistão em 2001 para derrubar o grupo fundamentalista Taleban, que governava desde 1996 a maior parte do país e deu guarida à rede Al Qaeda, responsável pelos ataques do 11 de setembro daquele ano contra Nova York e Washington.

Com a decisão do presidente Joe Biden de encerrar a presença no país, o Taleban, que nunca deixou de existir e vinha ganhando força, está próximo de reconquistar o poder, à força ou por acordos, uma vez que participou das negociações para a retirada ocidental.

Segundo o governo afegão, 15 das 34 capitais regionais do país estão sob risco de serem tomadas. A atividade em torno de uma delas, Mazar-i-Sharif, trouxe Moscou para o tabuleiro afegão 32 anos depois de fazer sua própria retirada –os soviéticos ocuparam o país por dez anos.

No fim de semana, forças afegãs tiveram de recuar de ataques talebans perto da fronteira do Tadjiquistão, país vizinho e principal aliado de Vladimir Putin na Ásia Central. Cerca de mil soldados entraram e saíram de território tadjique várias vezes.

Nesta quarta (8), Moscou respondeu. "Se o Tadjiquistão for atacado, nós vamos honrar nossos compromissos", disse o chanceler Serguei Lavrov. No caso, o de defesa territorial do aliado, sob os termos da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, entidade eurasiana comandada pelo Kremlin.

Ele confirmou que a Rússia deverá ativar uma base na fronteira afegã-tadjique para reforçar a segurança local. Moscou tem 6.000 soldados baseados na ex-república soviética.

São dois fatores a mover Lavrov. Primeiro, a oportunidade política de sugerir a estabilização de uma região e culpar os rivais Estados Unidos e Otan (aliança militar ocidental), cujos membros também estão deixando o Afeganistão, pela confusão.
Segundo, a necessidade real de ver o Tadjiquistão estável, já que integra uma fronteira vital no xadrez da Ásia Central, uma das áreas que garantem profundidade estratégica a Moscou ante a China e elementos radicais islâmicos.

Também nesta quinta, o Reino Unido completou sua retirada de forças do Afeganistão, onde perdeu 457 soldados nos 20 anos de presença militar -ante 2.300 americanas (mais 4.000 mercenários) e um cômputo total de 160 mil pessoas ao todo, segundo a Universidade Brown (EUA).

Mais relevante, contudo, foi a fala de Nick Carter, o chefe do Estado-Maior da Defesa britânica, que apontou o risco óbvio de uma guerra civil. Segundo ele, "as forças de segurança podem se fragmentar em linhas étnicas e tribais", como ocorreu no conflito após a saída soviética, que desaguou na ascensão do Taleban.

A consideração é especialmente dura para os EUA, que investiram milhões para treinar e equipar as Forças Armadas afegãs, que contam até com aviões de ataque brasileiro Super Tucano doados pelos americanos.

Isso tudo fora o temor da volta das práticas medievais de opressão a mulheres e minorias que marcou o regime taleban encerrado em 2001.

Além da Rússia, outras potências com interesses na região se mobilizam. Nesta quinta, a China afirmou que a crise afegã é um problema que merece sua atenção em conjunto com o Paquistão, o vizinho que ajudou a organizar o Taleban nos anos 1990 porque via a oportunidade de ter um aliado a oeste contra a rival Índia.

"[China e Paquistão] Devem defender a paz regional juntos. Os problemas no Afeganistão são problemas práticos que enfrentamos. A China, assim como o Paquistão, busca apoiar os partidos afegãos para encontrar uma solução por meio do diálogo", afirmou o chanceler Wang Yi.

Com a saída americana, a crise afegã preocupa a ditadura comunista por ser um fator de instabilidade numa região em que ela tem expandido sua influência econômica, por meio da iniciativa Cinturão e Estrada.

O Paquistão é um cliente de Pequim, tendo substituído Washington com principal fornecedor de armas e integrado o vizinho a um corredor econômico no oceano Índico. Já os EUA se aproximaram mais da Índia, que tem contencioso graves com os chineses, tendo ido às vias de fato numa escaramuça em 2020.

O Taleban resiste aos chineses, que já desenharam planos para absorver o Afeganistão à sua esfera de influência, prometendo inclusive uma rodovia moderna ligando Cabul a Peshawar, a capital das regiões tribais paquistanesas onde o grupo fundamentalista brotou.

Não são são só grandes potências de olho no país. A Turquia, em linha com a política expansionista de Recep Tayyip Erdogan, negocia para ser o responsável pela segurança do aeroporto de Cabul. Empresas turcas já têm forte presença por lá.

E o Irã, que divide a língua com o segundo principal grupo étnico afegão, os tadjiques, mantém forte influência naquela comunidade, dominante na região noroeste do país.

Fonte: Notícias ao Minuto

DEIXE SEU COMENTÁRIO

LEIA TAMBÉM