Cerca de 4,9 milhões tiveram rotina afetada por operação policial no Rio, diz Datafolha

Cerca de 4,9 milhões tiveram rotina afetada por operação policial no Rio, diz Datafolha

MARIANA ZYLBERKAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 4,9 milhões de moradores da capital e região metropolitana do Rio de Janeiro afirmaram ter sofrido mudanças na rotina devido à operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, conjuntos de favelas na zona norte, na última terça-feira (28).

Segundo pesquisa Datafolha, 47% dos entrevistados disseram ter alterado algo no dia a dia, o que representa quase a metade do universo total do levantamento, correspondente à população de 10,49 milhões com 16 anos ou mais da cidade e seu entorno.

Mudanças nas atividades diárias foram relatadas por mais entrevistados na capital fluminense (51%) do que nas cidades do entorno (42%). As mulheres (51%) disseram ter sido mais afetadas dos que os homens (42%).

Entre as alterações no cotidiano, a mais citada foi não ter saído de casa (16%), o que corresponde a aproximadamente 1,7 milhão de pessoas, e cerca de 1,5 milhão (14%) deixou de ir trabalhar.

O confronto afetou o funcionamento do transporte público na terça e quarta-feira (29), e órgãos públicos e empresas deixaram funcionários em casa, enquanto escolas e universidades suspenderam aulas presenciais.

Parcelas menores de entrevistados relataram as seguintes mudanças no dia a dia por causa da ação policial: deixar de ir a escola, cursos e faculdade (7%), sair mais cedo do trabalho (5%), deixar de ir a bares e restaurantes (2%) e alterações de horários de forma geral (2%).

Moradores da zona norte foram os que mais relataram não ter saído de casa (23%), seguidos por habitantes da zona sul (15%), zona oeste (13%) e centro (10%).

Entre aqueles que avalariam a ação policial como mal executada, 25% disseram ter ficado em casa. O índice foi de 13% entre aqueles que aprovaram a condução da operação.

Parcela maior dos moradores da zona sul (60%) afirmaram não ter mudado em nada a rotina em comparação com quem vive na zona oeste (50%), no centro (46%) e na zona norte (43%). Quem mora fora de favelas não teve mudanças no dia a dia com mais frequência (56%) do que quem vive nessas localidades (46%).

A incursão de cerca de 2.500 policiais nos complexos dominados pela facção criminosa Comando Vermelho deixou ao menos 121 mortos, segundo levantamento oficial. A operação superou o massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos, tornando-se a mais letal do país.

A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. Foram realizadas 626 entrevistas por telefone nesta quinta (30) e sexta-feira na capital fluminense e em sua região metropolitana.

A maioria dos entrevistados (51%) considera que as operações policiais trazem mais benefícios do que prejuízos para a população local, contra 41% que emitiram opinião oposta.

Entre aqueles que aprovam a gestão do governador Cláudio Castro, 81% acreditam que as ações policiais trazem mais benefício do que prejuízos à população. O índice é de 76% entre aqueles que avaliam a gestão como ruim ou péssima.

No recorte territorial, os moradores da zona sul se dividem igualmente entre quem acha as operações policiais mais benéficas (49%) do que prejudiciais e quem acha o contrário (49%). Na centro, a discrepância entre as opiniões é maior: 54% acham as ações desfavoráveis e 38%, favoráveis.

Entre quem mora em favela, 47% enxergam mais o lado positivo das ações do que o negativo (46%). Entre quem não mora em favelas, há predominância de avaliações favoráveis (53%) do que desfavoráveis (49%).

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