O vídeo de um resgate de uma cobra em uma casa no interior do Pará viralizou nesta segunda-feira (18) nas redes sociais. Pelo que circula na internet, o vídeo mostra dois homens tentando tirar o animal de uma viga no teto, quando o ofídio cai, assustando quem estaca ao redor e fazendo todos saírem correndo. Até o momento, não há confirmação de qual município ocorreu o caso. Especialistas apontam que o encontro com cobras é comum em algumas regiões do estado e, até mesmo, na capital paraense.
O coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Barcarena, Ronaldo Teixeira, alerta que, nesses casos de encontro com cobras, o recomendado é que as pessoas evitem chegar perto do animal e acionem o Corpo de Bombeiros. “É importante entender que o animal, estando ou não no habitat dele, só vai atacar uma pessoa se for molestado ou agredido. Não existe outra forma de sofrer qualquer tipo de dano. Seja uma picada ou uma constrição, porque existem animais que são peçonhentos e têm animais que matam por apertar a pessoa, usando a musculatura do corpo”, explica.
“Caso esse animal esteja na sua residência ou na sua chácara, a melhor opção que se tem é chamar o Corpo de Bombeiros, porque o Corpo de Bombeiros, a nível de estado, é o único grupo de profissionais que têm o treinamento adequado e os equipamentos adequados para fazer a captura desse animal. Fazendo essa captura, os Bombeiros levarão o ofídio, geralmente, para soltura junto ao Batalhão de Polícia Ambiental [em Belém] ou para o Museu Emílio Goeldi. Depende muito da situação”, completa Ronaldo.
Cuidado
Já diante de uma picada de cobra, o especialista recomenda: “Não adianta, naquele momento da mordedura, como identificar se o animal é peçonhento ou não. A melhor opção é levar a pessoa [que foi mordida] até uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento] ou chamar o 192 [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu]. Pela própria mordedura, o médico tem condições de identificar qual foi o animal que picou a pessoa e pela sintomatologia, também”, detalha.
Quanto ao motivo do aparecimento constante de cobras, Ronaldo aponta para a interferência humana na natureza. “Isso tanto na área urbana quanto na área rural. E, claro que esses animais, tendo o seu habitat agredido ou suprimido, devido ao desmatamento, à estiagem, levando em consideração as mudanças climáticas, existe a tendência da procura por abrigos”, completa Ronaldo.
Em alguns casos, as cobras também saem a procura de alimentos, como pontua Ronaldo. Ele lembra, ainda, que, muitas vezes, a população costuma matar esses animais e, segundo ele, o ato se configura como crime. “Na maior parte das ocorrências, posso dizer até que 90% das vezes, os animais não têm o ímpeto de atacar. E ainda, no interior, obviamente, que é muito mais comum encontrar um ofídio”, destaca.
A Redação Integrada de O Liberal solicitou mais informações ao Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) e ao Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), da Polícia Militar, para que ambos os órgãos detalhem onde o caso ocorreu. E ainda, se tiveram conhecimento do caso e se houve resgate do animal. No entanto, até o fechamento desta matéria, a reportagem não obteve retorno.
Fonte: O Liberal