Durante a Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, destacou-se como o principal representante dos Estados Unidos após a ausência oficial do governo norte-americano no evento. O democrata defendeu a continuidade da agenda ambiental e criticou as políticas do presidente Donald Trump.
Em um painel sobre resiliência urbana, Newsom afirmou que a atual postura do governo norte-americano não representa a totalidade do país. “Estamos nisso a longo prazo. Donald Trump é temporário”, declarou. O governador, apontado como possível candidato à presidência dos EUA em 2028, disse acreditar que os Estados Unidos ainda podem avançar na implementação de políticas climáticas consistentes.
A ausência oficial do governo americano foi comunicada na véspera da conferência. A decisão de não enviar representantes diplomáticos foi interpretada por analistas como uma tentativa de evitar tensões nas negociações entre os 195 países participantes.
Newsom, no entanto, criticou duramente a posição do governo federal. “É uma vergonha”, disse, ao comentar a saída dos EUA do Acordo de Paris durante o mandato de Trump. Ele afirmou que, caso um democrata volte à Casa Branca em 2028, o país retornará ao tratado “sem hesitação”.
Califórnia como referência em políticas verdes
Com uma comitiva de cerca de 100 representantes, o governador destacou o papel da Califórnia como modelo de desenvolvimento sustentável. “Nossas políticas de baixo carbono são permanentes”, disse. O estado é um dos maiores polos de inovação e tecnologia limpa, com investimentos que, segundo Newsom, impulsionam a economia local.
Em entrevista coletiva, o governador também comentou a disputa global pela economia verde. “Respeito o que a China tem feito, mas os Estados Unidos precisam reagir”, afirmou. Ele acrescentou que a competição entre os dois países vai além da energia: “Trata-se de poder econômico, e a Califórnia não vai ceder essa corrida.”
Efeitos da crise climática nos EUA
Newsom relacionou a crise ambiental ao aumento do custo de vida nos Estados Unidos. Segundo ele, a frequência de desastres naturais tem elevado o preço dos seguros habitacionais. “Risco climático é risco financeiro”, afirmou.
O governador também disse que o crescimento econômico da Califórnia está diretamente ligado às suas políticas ambientais. “A prosperidade do estado existe por causa da política climática, não apesar dela”, disse, citando empresas como a Tesla, que investiram na região devido aos incentivos à sustentabilidade.
Um estudo do Centro para a Sustentabilidade Global da Universidade de Maryland aponta que, se estados e cidades mantiverem seus esforços locais e um presidente pró-clima for eleito em 2028, os Estados Unidos podem reduzir mais de 50% das emissões até 2035, em comparação com os níveis de 2005.
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