Uma menina de apenas 1 ano e 8 meses, identificada como Sofia Gabriela, morreu na noite desta quinta-feira (3) após ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Icuí, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. A criança havia dado entrada na unidade de saúde com sintomas de diarreia e vômito. A morte foi confirmada pela família por volta das 20h30. Houve confusão na porta da unidade de saúde. A Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas.
De acordo com relatos da família, a pequena Sofia começou a passar mal ainda pela manhã. Por volta das 9h, os pais a levaram até a UPA do Icuí, onde ela recebeu medicação e foi liberada para retornar para casa. No entanto, segundo o pai da menina, o mecânico Matheus do Remédios dos Santos, de 22 anos, o estado de saúde da criança piorou logo após o retorno.
“Ela começou a sentir fortes dores e ficou roxa. A gente acredita que isso aconteceu por causa da medicação que deram pra ela. O roxo pode ter sido pelas tentativas erradas de aplicar injeções nela”, relatou o pai à reportagem do Grupo Liberal.
Diante do agravamento do quadro, a família retornou com a criança à UPA. Lá, ela foi medicada novamente e levada para a sala vermelha, área destinada a pacientes em estado grave, mas, segundo os familiares, sem o acompanhamento de nenhum responsável.
“Quando nós soubemos, a minha filha já tava no saco preto. E eles esconderam da gente. Não falaram nada. Falaram que ela tava tomando soro. Acho que iam chamar o Renato Chaves pra levar o corpo e a gente só ia saber depois. Não era pra eles terem liberado minha filha antes. Era um caso de internação. Aqui não é a primeira vez que acontece isso. Só tem acadêmico, não tem profissional. Só enfermeiro aprendiz. Eles são matadores de criança”, desabafou Matheus.
Sofia Gabriela era asmática, mas considerada uma criança saudável e ativa pela família. Os parentes afirmam não entender o que, de fato, aconteceu dentro da unidade de saúde.
“E, como se não bastasse todo o nosso sofrimento, quando a gente descobriu que ela já tava no saco preto, eles chamaram a polícia pra querer prender a gente, dizendo que a gente tava fazendo vandalismo. Jogaram a gente igual a um saco de lixo aqui na frente. E a gente só queria saber o que estava acontecendo”, disse o pai da criança.
A família afirma que, quando viu o saco preto, rasgou e constatou que era a criança que estava dentro dele. “Ela já estava com o algodão no nariz, mãos amarradas e bastante dura. Então a gente acredita que ela já estava morta há bastante tempo aí dentro”, disseram os familiares da criança.
Até o momento, a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua não se manifestou sobre o caso. Na UPA do Icuí, a reportagem do Grupo Liberal tentou conversar com alguém da administração ou do Serviço Social da unidade de saúde e foi informada que “tudo o que a equipe tinha para falar sobre o caso foi informado à família”.
Com Informações: O Liberal