“Crime organizado chegou a 60 motéis”, diz Receita Federal sobre o PCC

“Crime organizado chegou a 60 motéis”, diz Receita Federal sobre o PCC

Uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Receita Federal, realizada nesta quinta-feira (25), revelou o que autoridades classificam como um momento “histórico” no combate ao crime organizado. Batizada de Operação Spare, a ação mira um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis que, segundo os investigadores, tinha relação direta com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em coletiva de imprensa, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, destacou que o grupo chegou a controlar 60 motéis na capital paulista, incluindo os principais da cidade. “Estamos diante de um momento histórico no combate à lavagem de dinheiro do crime organizado”, afirmou.

Diversos alvos da operação tinham relação direta com membros do PCC, frequentando suas residências e participando de negócios em comum. Embora os postos de combustíveis ainda estivessem formalmente em nome de antigos proprietários, a investigação mostrou que o controle era exercido pela facção criminosa, que usava a estrutura para movimentar recursos ilícitos e vender combustível adulterado.

Esquema bilionário

O MPSP identificou um bloco de R$ 57 bilhões em movimentações suspeitas envolvendo 55 réus. Segundo a Receita Federal, a análise detalhada dos balanços revelou valores destoantes, indícios claros de operações atípicas que reforçaram as suspeitas de lavagem de dinheiro.

As empresas envolvidas usavam contabilidade paralela e “laranjas” para ocultar os ganhos. O dinheiro ilegal entrava no sistema formal em espécie ou por meio de maquininhas ligadas a fintechs, antes de ser reinvestido em postos, imóveis, franquias e motéis.

O começo

As apurações começaram em Santos, após a apreensão de máquinas de cartão em uma casa de jogos clandestinos. A partir dali, investigadores rastrearam a conexão com postos de combustíveis e, em seguida, com fintechs já envolvidas em outras operações recentes.

O principal alvo da ação, Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, é apontado como um dos principais operadores financeiros do PCC no setor de combustíveis. Ele controlava uma extensa rede de postos — muitos sob o nome de terceiros — usada tanto para adulteração de combustível quanto para lavagem de dinheiro.

A Operação Spare cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco. Participaram da ação 64 servidores da Receita, 28 promotores do MPSP e cerca de 100 policiais militares.

Segundo autoridades, o objetivo é enfraquecer financeiramente o PCC, atingindo setores que por anos serviram para expandir o poder econômico da facção em São Paulo e no país.

Com Informações: CNN Brasil

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