A recente polêmica envolvendo o bar Baiúca, localizado no bairro do Umarizal, reacendeu discussões sobre a necessidade de uma atualização do Plano Diretor de Belém. O atual plano, datado de 2008 e que deveria ter sido revisto em 2018, segue sem atualização, impactando diretamente questões de uso e ocupação do solo, incluindo a ausência de zonas exclusivas para bares e restaurantes, como ocorre em outras grandes cidades.
Conflito entre lazer e moradia
O Baiúca, frequentado majoritariamente por jovens de classe média, tornou-se alvo de denúncias de moradores devido ao barulho e à movimentação intensa na rua Bernaldo Couto. Relatos indicam que a aglomeração de pessoas e o consumo de bebidas na via pública têm causado transtornos para residentes, especialmente idosos que vivem na região. Além disso, há reclamações sobre sujeira deixada após as noites de grande fluxo.
A polêmica escancara um problema recorrente em Belém: a falta de uma regulamentação clara para a localização de estabelecimentos noturnos. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro possuem áreas designadas especificamente para bares e restaurantes, evitando conflitos com moradores. Em Belém, a Estação das Docas e o recém-criado Boulevard da Gastronomia são iniciativas que buscam organizar essa demanda, mas ainda enfrentam desafios para consolidar-se como polos noturnos de lazer.
LEIA MAIS:
O atraso na atualização do Plano Diretor
O Plano Diretor de Belém deveria ter sido atualizado há seis anos, mas a revisão segue paralisada. Sempre que o tema volta à pauta, debates sobre altura de edifícios e construções na orla acabam dominando as discussões, enquanto a necessidade de regulamentação para espaços de lazer segue em segundo plano.
Com a crescente atração de investimentos para a cidade, urbanistas alertam que a falta de planejamento pode comprometer o desenvolvimento sustentável de Belém. Além de questões relacionadas ao turismo e à valorização da cultura, a definição de áreas específicas para estabelecimentos noturnos poderia impulsionar a economia e garantir uma convivência mais harmônica entre moradores e empresários do setor.
A revisão do Plano Diretor deve incluir uma delimitação clara de zonas de lazer, permitindo que bares e restaurantes operem sem gerar conflitos com áreas residenciais. Além disso, medidas como reforço na fiscalização e incentivo ao transporte público noturno podem ser soluções para melhorar a mobilidade e minimizar impactos negativos.
Enquanto a polêmica do Baiúca segue gerando discussões, a questão central permanece: Belém está preparada para se consolidar como uma metrópole com vida noturna vibrante e organizada? A resposta depende diretamente de uma modernização urgente das leis de uso e ocupação do solo.
Com Informações: Para Web News