Defesa deve pedir que médico que arrastou namorada por um quarteirão em Belém responda em liberdade

Defesa deve pedir que médico que arrastou namorada por um quarteirão em Belém responda em liberdade

A defesa do médico Felipe Almeida Nunes, de 30 anos, suspeito de agredir a namorada e arrastá-la com um carro por mais de um quarteirão, em Belém, deve solicitar que ele responda ao processo em liberdade. O médico segue preso desde outubro deste ano, quando o caso ocorreu, e foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) por crimes como tentativa de feminicídio qualificado e injúria real. A última acusação se refere, segundo a denúncia, ao fato de ele ter passado fezes no rosto da vítima, conforme detalhado pela advogada Flávia Pinheiro Fróes, responsável pela defesa de Felipe.

De acordo com a advogada, a expectativa é que haja a aplicação de monitoramento eletrônico, “tendo em vista que ele não representa risco para sociedade, tampouco para vítima ou para eventuais testemunhas”. “Ele é uma pessoa de conduta social comprovadamente ilibada e tem o direito de responder ao processo em liberdade e é bastante que ele faça o uso do monitoramento para que haja a proteção da vítima”, completa.

Flávia Pinheiro Fróes afirma, ainda, que a ação penal está na fase de resposta à acusação, momento em que a defesa se manifesta sobre os fatos, e que aguarda a perícia das imagens que, segundo ela, demonstram que a acusação não procede. “Não houve um crime de tentativa de feminicídio, o que houve foi um acidente. As câmeras dão conta de que a vítima pulou para entrar no carro segundo ela para pegar a bolsa”, explica.

Perícia

Segundo a advogada, a perícia irá esclarecer o quanto o corpo da vítima chegou a entrar no interior do veículo enquanto ele já estava em movimento. Ela sustenta que o médico teve cerca de três segundos para perceber a situação e não teria notado, inicialmente, que a vítima havia pulado para dentro do carro.

Ainda conforme a defesa, após o início do deslocamento, ele teria evitado uma frenagem brusca para não lançá-la para longe, já que a perícia aponta que a velocidade média de todo o percurso foi de 55 quilômetros por hora. “E a perícia apontou, momentos de frenagem, ou seja, diminuição da velocidade, se ele faz uma freada brusca, ela teria realmente corrido o risco de vida”, explica a advogada.

Sobre as imagens do dia do caso, Flávia também detalha que, até o momento da queda da vítima do carro, a luz de freio permaneceu acesa, indicando que o motorista estava reduzindo a velocidade, embora sem realizar uma frenagem brusca. Essa redução foi confirmada, segundo a defesa, por uma parada total de oito segundos ao final do trajeto. ”Portanto, as demais câmeras também demonstram que ao longo da noite naquela rua, ele deixa o carro, vai embora, deixa o carro com ela. E ele diz que iria embora de Uber, que ela ficasse com o carro e é ela quem vai atrás dele, não ao contrário”.

Questionamentos

A advogada também questiona a exigência da perícia em relação às agressões. “Também perguntamos por que exigiram essa perícia, se havia momentos em que ela o agredia e a câmera também detectou esse momento, em que a ela leva a mão ao rosto dele, ele empurra ela de volta para cessar as agressões, que teriam ocorrido ao longo de toda a noite na festa de onde eles vinham, segundo as testemunhas lá os convidados da festa”, reforça.

A defesa solicitou à Justiça a apreensão das imagens da câmera de monitoramento do condomínio onde ocorreu a festa. Segundo as testemunhas ouvidas pela defesa, os registros teriam capturado o momento em que Graziela agrediu Felipe, sem que ele reagisse. “Lamentável os machucados que a vítima sofreu, são absolutamente lamentáveis, mas são fruto de um acidente, não de uma tentativa dolosa de feminicídio contra a vítima”, afirma a advogada.

O caso

Felipe foi preso suspeito de agredir a namorada e arrastá-la com um carro por mais de um quarteirão no dia 26 de outubro, após uma discussão, no bairro do Umarizal. A vítima, de 27 anos, ficou gravemente ferida. A investigação é conduzida pela Delegacia Especializada em Feminicídio (Defem), que apura tentativa de feminicídio. O suspeito foi preso preventivamente no dia 30 do mesmo mês e permanece à disposição da Justiça.

Imagens de câmeras de segurança, divulgadas à época, mostram o casal discutindo no meio da rua. Antes de irem para o automóvel, é possível ver a vítima, de vestido vermelho, sendo perseguida pelo suspeito até que ele a empurra, fazendo com que ela caia no chão. Nesse momento, um outro veículo passa pelo local, durante a confusão, mas o condutor não intervém. De outros ângulos, já às 4h46, é possível ver o carro arrastando a vítima pela via.

Com Informações: O Liberal

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