A empresa suíça Weleda, especializada na fabricação de cosméticos e medicamentos com insumos naturais, amplia sua operação no mercado brasileiro com uma abordagem baseada em cultivo biodinâmico e parcerias sustentáveis. A companhia, presente no Brasil desde 1959, adota um modelo de crescimento vinculado à capacidade de produção dos seus jardins próprios, incluindo uma unidade em São Roque (SP).
Em entrevista ao Estadão, a CEO da Weleda no Brasil, Maria Claudia Villaboim Pontes, explicou que o crescimento da empresa está diretamente condicionado à produção agrícola sustentável. Atualmente, a Weleda cultiva aproximadamente 40 espécies vegetais no país e mantém outras cinco unidades agrícolas em diferentes regiões do mundo.
Expansão no Brasil e uso da biodiversidade nacional
A empresa busca ampliar o uso de ingredientes originários da biodiversidade brasileira, embora a maioria dos insumos ainda seja importada. Em fase de desenvolvimento, projetos com plantas nativas dos biomas nacionais seguem as normas do Ibama e as diretrizes da legislação de sociobiodiversidade.
Pontes destaca que há oportunidades para pesquisa e inovação a partir de insumos da flora local. “O Brasil possui um potencial significativo nos seis biomas para ampliar o uso de ativos naturais de forma regulamentada e sustentável”, declarou.
Produção e parcerias com agricultores
A empresa mantém relações diretas com produtores locais, investindo na formação de fornecedores que sigam padrões orgânicos e sustentáveis. Em casos de perda de safra, a Weleda adota práticas de compensação financeira, respeitando princípios de comércio justo. Os resíduos das plantas utilizadas no processo produtivo são reaproveitados para compostagem.
Os produtos são elaborados sem conservantes artificiais e seguem exigências de certificação internacional para cosméticos e medicamentos naturais.
Embalagens recicláveis e critérios de sustentabilidade
Cerca de 80% das embalagens dos produtos comercializados no Brasil são recicláveis. A marca evita o uso de plásticos convencionais e prioriza materiais como vidro, alumínio e PET reciclado. Produtos que não atendem aos critérios sustentáveis são excluídos do portfólio antes mesmo do lançamento.
Visão sobre a COP30
Mesmo sem participação direta na COP30, evento da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerá em Belém (PA), em novembro de 2025, a Weleda acompanha os desdobramentos e vê a conferência como um marco para a consolidação de práticas sustentáveis no setor empresarial brasileiro.
A CEO acredita que o evento pode reforçar a visibilidade internacional de iniciativas sustentáveis no país. “A demanda por práticas responsáveis deve aumentar. Os consumidores estão mais atentos ao processo de fabricação e à origem dos produtos”, afirmou.
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Com Informações: Para Web News
