A executiva estadual e municipal de Belém do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) divulgaram uma nota conjunta, na última sexta-feira (26), pedindo “medidas disciplinares urgentes” contra a vereadora professora Silvia Letícia, que integra a legenda. A vereadora, que é do mesmo partido do prefeito Edmilson Rodrigues, afirma que a nota é uma tentativa de “silenciamento” e “intimidação”.
A mais recente polêmica entre o PSOL e a vereadora professora Sílvia Letícia ocorreu após a parlamentar votar na Câmara Municipal de Belém contrário a viagem do prefeito Edmilson Rodrigues para participar da COP-28, em Dubai. A nota do partido ressalta a importância da participação da comitiva de Belém junto com os governos Federal e Estadual e critica a atitude da vereadora psolista. Em Dubai, Belém também será anunciada como sede da COP30.
“Neste sentido é absolutamente deplorável que na sessão da Câmara Municipal, que aprovou a licença de viagem do Prefeito, a voz discordante tenha sido exatamente de uma vereadora do PSOL. O voto contrário da referida vereadora não é um ponto fora da curva. É coerente com a postura de oposição a administração municipal, contrariando resoluções nacionais, estaduais e municipais dos congressos do partido. E, numa clara estratégia combinada, seus pronunciamentos contra ações da Prefeitura é amplificada por todos os portais da extrema direita, seja na mídia tradicional, seja nos blogs patrocinados pela candidatura bolsonarista”, ataca a nota do PSOL.
“É insustentável essa situação, uma vereadora do partido que faz cotidianamente oposição a administração do partido e favorece o discurso e a estratégia eleitoral da extrema direita. Neste sentido, repudiamos essa postura da vereadora Sílvia Letícia e encaminhamos ao Diretório Nacional pedido veemente de providencias disciplinares urgentes. Essa filiada não pode continuar difamando o trabalho do partido na Prefeitura de Belém e, ao mesmo tempo, sendo aliada informal de nossos adversários”, conclui a nota do partido.
A vereadora professora Sílvia Letícia destacou que a sua posição para que o prefeito não viajasse se deve a crise de resíduos sólidos que a capital paraense atravessa com o encerramento do aterro sanitário de Marituba. “Em primeiro lugar, nós vivemos uma crise de resíduos sólidos da cidade. Em uma semana esgotasse o prazo para a prefeitura ter uma resolução para esse assunto. Se repetir novamente o problema com a empresa com o atraso de pagamento, a população vai ser penalizada. Eu solicitei várias reuniões para tratar do assunto e não fui recebida. Eu sou vereadora de Belém e funcionária pública, não vou silenciar sobre um problema como a coleta de lixo”, ressaltou.
Letícia ainda indagou as bases técnicas para a decisão de reabertura do Aura e ressaltou que não se ouviu a comunidade local. Na avaliação da parlamentar, a nota da executiva do PSOL tenta intimidá-la e não representa a militância do partido.
“A nota da maioria da direção do PSOL, no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, tenta me intimidar e silenciar, misturando uma questão administrativa da cidade. Eles confundem a situação solicitando medidas disciplinares. É necessário que o PSOL converse e escute. A decisão de medidas disciplinares não é unilateral, lamento profundamente o que acontece, mas vou continuar como estou atuando. É dessa forma que irei atuar, com independência política”, destacou.
Fonte: O Liberal