Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (9), a cantora Fafá de Belém questionou o que chamou de “interesse repentino” de organizações e festivais do Sul e Sudeste do Brasil pela cultura amazônica, especialmente no Pará. A declaração ocorreu às vésperas de um show especial em comemoração ao aniversário de Belém, celebrado no próximo domingo (12).
Fafá relembrou as barreiras enfrentadas por artistas paraenses no circuito cultural nacional, citando preconceitos e dificuldades históricas. “Por anos, nós lutamos para sermos vistos e ouvidos. Agora, com a COP 30 trazendo holofotes internacionais, de repente, todos querem falar de amazônia, mas será que isso é genuíno?” provocou a cantora.
A artista destacou a importância de os profissionais locais protegerem suas criações, alertando contra práticas exploratórias. “Há gente que nunca se interessou pelo Pará fazendo cursinhos sobre amazonidades, querendo ter mais propriedade do que aqueles que nasceram, cresceram e sempre estiveram aqui, se inspirando nesta terra”, afirmou.
Para Fafá, essa onda de valorização precisa ser vista com cautela, já que, segundo ela, pode ser passageira: “Hoje eles estão aqui por causa da COP, porque isso trouxe holofotes. Mas será que em 2026 ainda estarão? O Pará precisa estar preparado para continuar valorizando a sua própria cultura, independentemente desses movimentos externos.”
Orientação para a COP 30
Com a aproximação da Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém em novembro de 2025, Fafá de Belém deixou um conselho para produtores culturais e artistas que buscam oportunidades durante o evento:
“Preparem-se para mostrar o que temos de melhor, mas fiquem atentos. Este é o momento de reafirmar nossa identidade e proteger nossa história. Não se deixem levar por modismos ou propostas que desvalorizem nosso trabalho.”
Com Informações: Pará Web News
