Desde a chegada dos novos ônibus Euro 6 em Belém, passageiros têm sido surpreendidos por “pregos” — falhas mecânicas que imobilizam o veículo, obrigando todos a descer e aguardar outro coletivo. Fabricados pela Mercedes‑Benz em Botucatu (SP), os chamados “geladões” contam com transmissão automatizada e software de controle de marchas, cujos ajustes exigem condução específica.
A Mercedes‑Benz enviou a Belém um exemplar prateado idêntico aos novos da frota, acompanhado de um instrutor, mas o tempo de permanência foi curto. Somente a empresa que atende ao bairro de Águas Lindas realizou aulas teóricas na garagem e práticas em ruas, outras operadoras não conseguiram completar o treinamento, segundo relatos de motoristas que ainda procuram se familiarizar com os parâmetros eletrônicos de torque e trocas automáticas.
“A transmissão automatizada depende de parâmetros de torque e controle eletrônico que exigem ajustes finos no estilo de condução. Sem treinamento prático, o motorista não entende as respostas do software e acaba acionando freio e acelerador no momento errado, gerando solavancos”, explica o consultor em mecânica automotiva Fernando Lima. Ele recomenda cronogramas estendidos de treinamento e simuladores para acelerar a curva de aprendizagem.
A Secretaria de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) ainda não informou se vai revisar os relatórios de treinamento das empresas e determinar novos cursos práticos para todos os condutores. Até lá, passageiros seguem sujeitos aos “pregos” que interrompem o trajeto e aumentam o tempo de espera no ponto.
VEJA UM VÍDEO DE TREINAMENTO DE ÁGUAS LINDAS:
Com Informações: Para Web News