Em entrevista ao Live CNN nesta sexta-feira (24), o promotor de Justiça Lincoln Gakiya afirmou que o plano de execução elaborado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) que mirava ele e o coordenador de presídios, Roberto Medina, era o mesmo que executou o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes.
Durante a fala, o promotor pontuou que percebia os indícios da relação, uma vez que era um plano que começou em junho, estava parado, mas tinha previsão de continuidade.
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“Tenho percebido que é o mesmo ‘salve’ [para a execução dos três alvos]. Ruy, infelizmente, foi assassinado, e eles [integrantes da facção] estavam fazendo o levantamento meu [promotor] e do Medina […] Isso nos causa uma grande preocupação, principalmente, por conta do assassinato do Dr. Ruy Ferraz Fontes, que estava aposentado, sozinho e desprotegido”, destacou Gakiya.
Operação impediu plano de execução
As investigações mostram a existência de uma célula do crime organizado estruturada e altamente disciplinada. O setor seria resposnsável por realizar levantamentos detalhados da rotina de autoridades públicas e de familiares das possíveis vítimas.
O objetivo seria preparar atentados contra os alvos previamente selecionados.
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O plano de ataque foi detectado e neutralizado pelas autoridades. Os envolvidos foram identificados em fase de reconhecimento e vigilância. Além disso, foram apreendidos materiais e equipamentos que devem passar por perícia e podem levar à descoberta dos responsáveis pela etapa de execução do atentado.
Segundo o MP, os criminosos já tinham identificado, monitorado e mapeado os hábitos diários de autoridades.
A célula funcionava em um rígido esquema de divisão, em que cada integrante realizava uma função específica sem conhecer a totalidade do plano. A estratégia dificultava a detecção da trama.
Ainda de acordo com o Ministério Público, as buscas desta manhã (24) devem resultar na captura de elementos que podem ajudar nas próximas fases da investigação. O objetivo é conseguir provas voltadas à identificação de outros participantes no plano e ao mapeamento completo da cadeia de comando criminosa.
Morte de ex-delegado
Ruy Ferraz Fontes foi executado no dia 15 de setembro em uma emboscada. O crime ocorreu após uma perseguição em alta velocidade e o capotamento do carro do delegado. Criminosos efetuaram mais de 20 disparos de fuzil contra ele.
Após a execução, os carros utilizados pelos criminosos, que eram roubados, foram abandonados e um deles incendiado, na tentativa de apagar vestígios.
A análise inicial da ação criminosa revela um planejamento meticuloso e o conhecimento técnico dos executores, que perseguiram Fontes antes de desferir mais de 20 tiros de fuzil.
Na última terça-feira (20), o oitavo suspeito do crime foi preso em Itanhaém, no litoral paulista. A suspeita é que ele seja um dos atiradores da execução. Após a ação, José Nildo da Silva, de 47 anos, teria ido para uma residência de apoio ao crime, onde chegou armado e com colete à prova de balas.
Com Informações: CNN Brasil







