Israel ataca Palácio Presidencial da Síria em 3º dia de ofensiva, diz imprensa local

Israel ataca Palácio Presidencial da Síria em 3º dia de ofensiva, diz imprensa local

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Israel atingiu o Palácio Presidencial em Damasco nesta quarta-feira (16), terceiro dia consecutivo de ataques do Exército de Tel Aviv à Síria, segundo a imprensa local. A ofensiva aumenta a tensão no país, palco de combates entre drusos e beduínos que já mataram 248 pessoas desde o último domingo (13).

Funcionários do Ministério da Defesa sírio, que também foi bombardeado por Tel Aviv, disseram à agência de notícias Reuters que pelo menos dois ataques de drones atingiram o edifício e que os servidores estavam se abrigando no porão. Segundo a emissora estatal Elekhbariya, o bombardeio feriu dois civis.

Já o Exército israelense disse que havia “atacado o portão de entrada da sede militar do regime sírio” em Damasco e que continuava “a monitorar os desenvolvimentos e as ações sendo tomadas contra civis drusos no sul da Síria” -o Estado judeu justifica os bombardeios com o objetivo declarado de proteger a minoria das forças governamentais.

Os drusos, cuja religião deriva do islamismo xiita, são um importante minoria do Oriente Médio -eles estão presentes no Líbano, no sul da Síria e nas Colinas de Golã, uma área síria ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e palco de cenas caóticas após os confrontos.

Nesta quarta, aliás, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu aos drusos que não atravessem a fronteira rumo à Síria. “Vocês estão arriscando suas vidas; podem ser assassinados, sequestrados e estão prejudicando os esforços do Exército israelense. Portanto, peço a vocês: voltem para suas casas”, afirmou.

O grupo é um dos vários que formam a etnicamente diversa população da Síria, atualmente governada por Ahmed al-Sharaa, ex-membro de um grupo ligado ao Estado Islâmico e à Al Qaeda que assumiu o poder após a queda do ditador Bashar al-Assad, em dezembro. Desde então, ele vem tentando minimizar seu passado jihadista e convencer a comunidade internacional de que vai garantir a boa convivência entre as minorias do país.

A promessa, no entanto, é colocada em xeque por episódios como o de março, quando uma onda de violência matou 1.600 civis -a maioria alauítas, em uma aparente retaliação por um ataque anterior realizado por partidários de Assad, que fazia parte desse grupo étnico-, e o da semana passada, que opôs drusos e beduínos.

A mídia estatal síria e testemunhas disseram que ataques israelenses ao longo de quarta-feira também atingiram a cidade predominantemente drusa de Sweida, onde um quarto dia de combates derrubou um frágil cessar-fogo anunciado na noite anterior. Em um comunicado, o Ministério da Defesa da Síria culpou grupos fora da lei na região por violar a trégua.

A ofensiva israelense fez a União Europeia pedir “a todos os atores externos” respeito à soberania da Síria. Em um comunicado, o bloco também afirmou estar alarmado diante dos confrontos, exigindo a proteção da população civil e o fim “do discurso de ódio e da retórica sectária”.

Na segunda (14), o governo sírio já haviam enviado tropas à região de Sweida para conter os combates entre drusos e beduínos, mas acabaram entrando em confronto com as milícias drusas. O veículo de notícias local Sweida24 disse que a cidade e vilarejos próximos estavam sob intenso fogo de artilharia e morteiros no início desta quarta.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG sediada no Reino Unido, pelo menos 248 pessoas morreram na província síria de Sweida até agora. O balanço inclui 92 membros da minoria drusa, que tem forte presença na região, 138 agentes das forças de segurança e 18 combatentes beduínos. Entre as vítimas estariam ainda 28 civis, dos quais 21 foram executados sumariamente pelas forças do governo, de acordo com a organização.

Fonte: Notícias ao Minuto

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