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Israel bombardeia Rafah apesar de ordem do Tribunal de Haia e anuncia ‘intenção’ de retomar negociações

Corte também exigiu a abertura da passagem de fronteira entre Egito e Gaza em Rafah, fundamental para a entrada de ajuda humanitária

HAITHAM IMAD/EFE/EPA
Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense em Rafah, sul da Faixa de Gaza,

Israel bombardeou a cidade de Rafah neste sábado (25), considerada crucial em sua guerra contra o Hamas, apesar da ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para suspender as operações na região sul da Faixa de Gaza. Testemunhas relataram bombardeios israelenses em Rafah, Khan Yunis, também no sul, e na Cidade de Gaza, no norte. Esses ataques ocorrem apesar de a CIJ ter determinado na sexta-feira que Israel interrompa as operações na cidade fronteiriça com o Egito e qualquer ação que possa levar à “destruição física total ou parcial” do povo palestino em Gaza. A corte também exigiu a abertura da passagem de fronteira entre Egito e Gaza em Rafah, fundamental para a entrada de ajuda humanitária, que Israel fechou no início do mês.

O tribunal, cujas decisões são vinculantes, embora não tenha recursos para implementá-las, também exigiu que o Hamas liberte todos os reféns sequestrados no ataque de 7 de outubro contra Israel. No entanto, nenhuma das partes acatou as demandas. O exército israelense anunciou que vários milicianos morreram em combates na sexta-feira (24) em Jabaliya, no norte, e por disparos de tanques no centro. Também afirmou ter “eliminado uma célula terrorista” em Rafah. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, lembrou Israel que as medidas determinadas pela CIJ são “obrigatórias”.

Uma fonte do governo israelense informou que o país pretende retomar nesta semana as conversações com o Hamas, mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito, visando a um acordo de trégua. Representantes americanos e israelenses retomaram contatos internacionais em Paris após uma pausa devido à operação militar em Rafah. Veículos de comunicação israelenses relataram que o chefe do Mossad, David Barnea, discutiu um novo marco para os diálogos com o diretor da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro catari, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, em reuniões na capital francesa. O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, também conversou com o ministro do gabinete de guerra israelense, Benny Gantz, sobre novos esforços para um cessar-fogo e a reabertura da passagem de Rafah.

O conflito começou em 7 de outubro, quando terroristas islamistas mataram mais de 1.170 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses. Integrantes do Hamas sequestraram 252 pessoas, das quais 121 permanecem cativas em Gaza, segundo Israel, e 37 teriam morrido. Em resposta ao ataque, Israel iniciou uma ofensiva contra Gaza, resultando na morte de mais de 35.900 palestinos, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas. Em Tel Aviv, milhares de pessoas protestaram pedindo a libertação dos reféns após o exército anunciar ter recuperado os corpos de três pessoas sequestradas pelo Hamas, incluindo o brasileiro Michel Nisenbaum. “Devemos tirá-los desse inferno agora”, disse Avivit, irmã de Hanan Yablonka, um dos reféns mortos.

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As tropas israelenses entraram em partes de Rafah no início de maio, apesar da oposição internacional, incluindo dos Estados Unidos. Soldados tomaram o lado palestino da fronteira com o Egito, reduzindo ainda mais a entrada de ajuda humanitária para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza. A situação humanitária é alarmante, com risco de fome, hospitais fora de operação e quase 800 mil pessoas obrigadas a fugir de Rafah, segundo a ONU. A operadora palestina de telecomunicações Paltel informou que o acesso à internet na Cidade de Gaza foi interrompido devido à “agressão atual”. O exército israelense relatou que quatro navios de suporte ao porto temporário de Gaza encalharam, mas o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) afirmou que “o cais continua funcionando plenamente”. Os ministros das Finanças do G7 pediram a Israel que “garanta” serviços bancários aos bancos palestinos, após autoridades israelenses ameaçarem negar-lhes acesso ao sistema financeiro.

*Com informações da AFP

Fonte: Jovem Pan

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