Nesta sexta-feira (11/10), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a retestagem de todo o material do laboratório PCS LAB, no Rio de Janeiro (RJ), após seis pacientes terem recebido transplante de órgãos infectados com o vírus HIV. Todas as unidades da empresa também foram interditadas.
O laboratório tem duas unidades no estado, em Nova Iguaçu e em Belford Roxo, segundo o site oficial da empresa. Os exames que apresentaram erroneamente “falso negativo” teriam sido feitos na unidade em Nova Iguaçu.
De acordo com o Ministério da Saúde, a unidade operacional do laboratório fica no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro. Todos os testes feitos pelo laboratório serão encaminhados para nova análise no Hemorio, hemocentro fluminense.
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Além da retestagem e da interdição do laboratório, o que já havia sido divulgado pela Secretaria de Saúde do Rio, a ministra também anunciou auditoria “urgente” pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS) e assistência especializada aos pacientes e familiares.
Nísia Trindade classificou o episódio como “grave situação adversa”. “Prestaremos toda a assistência a essas pessoas e a seus familiares, e quero, além da solidariedade, reforçar esse compromisso do Ministério da Saúde. Ao mesmo tempo, temos o compromisso de garantir a segurança, efetividade e qualidade que são marcas indiscutíveis do Sistema Nacional de Transplantes do Brasil.”
A Secretaria de Saúde do Rio informou que 288 amostras de sangue dos doadores serão reavaliadas. A pasta está realizando um rastreio das amostras, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório. Uma sindicância também foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.
A inspeção e interdição do laboratório foi feita pela Vigilância Sanitária estadual e comunicada à Anvisa, que também acompanha o caso
A PCS LAB receberia quase R$ 11,5 milhões em um ano pelos serviços de “análise clínica e anatomia patológica” em unidades de saúde do estado do Rio de Janeiro. Segundo o contrato firmado em dezembro de 2023 com o governo estadual, seriam pagos R$ 9.799.836,03 ao laboratório pelos serviços, que durariam 12 meses. Em fevereiro de 2024, porém, foram incluídas outras duas unidades de saúde no contrato, e o valor foi reajustado em R$ 1.679.459,04. O total acordado ficou em R$ 11.479.295,07.
Governador do Rio de Janeiro diz que situação é “inadmissível e sem precedentes”. “Determinei total rigor e celeridade nas investigações”, escreveu Cláudio Castro em publicação no X.
Com Informações: O Liberal