OMS vê ‘com muita tristeza’ dados de Covid no Brasil

BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – "É com muita tristeza que a OMS vê o Brasil atingir esses números de óbitos e de pessoas afetadas por enquanto pela Covid-19", disse nesta sexta (18) a diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde, Mariângela Simão.

Desde o começo da pandemia, mais de 17,7 milhões de pessoas adoeceram com o coronavírus no país e o número de mortos está perto dos 500 mil, segundo dados coletados por consórcio formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.

Mariângela Simão, responsável por vacinas e medicamentos na OMS, disse que o Brasil tem se destacado na capacidade de produzir imunizantes, o que permitiu que mais de 80 milhões de doses já tenham sido aplicadas, mas que "há grande necessidade de reforçar as medidas preventivas de saúde pública".

"Sei que há no momento no país uma controvérsia sobre o uso de máscaras. Essa continua sendo uma orientação da OMS, máscaras devem ser usadas de forma consistente sempre que não for possível manter distanciamento físico", afirmou a diretora-assistente da entidade.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi vacinado contra a Covid ou quem já se infectou com o coronavírus.

Simão reafirmou que, mesmo com o progresso da vacinação, todas as medidas básicas de prevenção devem continuar em uso: além da máscara, distanciamento social, higiene das mãos, ventilação dos ambientes e cuidados ao espirrar o tossir. Os cuidados devem ser mantidos, segundo os especialistas, porque nenhuma vacina garante 100% de proteção contra a doença.

Um relaxamento mais seguro só deve ser possível depois que ao menos 75% da população adulta estiver imunizada, indicam os dados da pesquisa realizada na cidade de Serrana, no interior de SP. A cidade viu uma queda de 95% no número de óbitos após ter alcançado mais de 95% da população adulta completamente imunizada. Até esta quinta (17), 28,51% da população brasileira havia recebido a primeira dose da vacina contra a Covid e 11,37%, a segunda.

"A pandemia não terminou. As Américas, mesmo onde há recuo no número de novos casos, estão com um patamar muito alto de infecções. Há pressão no sistema de saúde e os esforços de vacinação têm que ser acompanhados de um reforço na prevenção", disse Simão. Ela também elogiou "iniciativas recentes" do Ministério da Saúde de diversificar as vacinas usadas no Brasil.

Os veículos de mídia se juntaram para coletar diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais os números relativos à pandemia do novo coronavírus e divulgá-los em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

Fonte: Notícias ao Minuto

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