Paralisadas, obras do Parque do Mata-Fome travam investimentos em área crítica de Belém

Paralisadas, obras do Parque do Mata-Fome travam investimentos em área crítica de Belém

As obras de urbanização da Bacia do Igarapé Mata-Fome, uma das mais importantes e urgentes da capital paraense, estão paralisadas e sem previsão de retomada. O projeto, que abrangeria os bairros do Tapanã, Pratinha e Paracuri, está travado desde janeiro de 2025, quando o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) suspendeu a licitação por suspeitas de irregularidades. Em março, a própria Prefeitura de Belém revogou oficialmente a licitação, a pedido da equipe técnica do banco internacional FONPLATA, responsável por financiar grande parte da obra.

Com um orçamento global de US$ 60 milhões (cerca de R$ 300 milhões) já liberado, o projeto faz parte do Programa de Macrodrenagem do Igarapé Mata Fome (Prommaf). A primeira licitação havia sido elaborada ainda durante a gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues, mas a condução e posterior suspensão se deram já na administração de Igor Normando, que assumiu a prefeitura em 2025.

Embora a atual gestão tenha prometido relançar a licitação, até o momento não há cronograma oficial para a retomada das obras, o que gera frustração entre moradores e preocupação entre urbanistas e ambientalistas, especialmente diante da realização da COP30 em Belém, em novembro de 2025.

Projeto previa transformação em uma das áreas mais pobres da cidade

O projeto do Parque Linear do Mata-Fome tinha como objetivo recuperar uma das regiões mais carentes de Belém, marcada por inundações frequentes, ausência de saneamento básico e déficit habitacional. A área foi, inclusive, visitada por uma equipe da Folha de S.Paulo, que a utilizou como símbolo das contradições sociais que cercam a realização da COP na capital amazônica.

Estrutura prevista no projeto original:

  • Microdrenagem e pavimentação de 40 vias
  • Renaturalização do igarapé, mantendo o curso hídrico sem canalização
  • Remanejamento de famílias em área de risco e recomposição da mata ciliar
  • Construção de 608 habitações de interesse social
  • Nova ponte na rodovia Arthur Bernardes
  • Orla com píer, pórticos e espaços para navegabilidade
  • Praças, ciclovias, estacionamentos e áreas de lazer integradas

O investimento total previsto era de R$ 583 milhões, com execução estimada em 72 meses. A primeira etapa do projeto já havia iniciado com ações de limpeza e retirada de resíduos em áreas críticas, especialmente durante o período eleitoral, mas sem avanço concreto desde então.

Regresso e incertezas

Moradores da região relatam sensação de abandono e cobram urgência. “Fizeram limpeza no tempo da eleição e depois sumiram. A água volta a invadir nossas casas”, disse uma moradora da Pratinha nas redes sociais.

A falta de clareza quanto ao relançamento da licitação agrava o cenário de incerteza. Técnicos do FONPLATA teriam recomendado a reformulação da modelagem licitatória, mas a prefeitura ainda não publicou novo edital, nem informou publicamente prazos para retomada.

VEJA FOTOS DO PROJETO:

Com Informações: Pará Web News

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