Por: Da Redação
Publicado em 19/08/2025 14h52
A Polícia Civil do Estado do Pará deflagrou uma operação de saturação nos dias 18 e 19 de agosto que resultou na prisão de dois homens em Marabá, sendo que um deles é suspeito de participação no ataque a tiros que resultou na morte da bebê Ísis Emanuelle, de apenas um ano de idade, ocorrido na Folha 33 na semana passada.
A ação policial foi conduzida pela Delegacia de Homicídios de Marabá, com apoio da CORE-CARAJÁS, da equipe de Expediente e Plantão da Seccional de Marabá, e da Superintendência do Sudeste do Pará. As incursões táticas foram realizadas no bairro São Félix (Tiradentes) e em Nova Marabá (Folha 06), com foco no combate ao tráfico de drogas e na continuidade das investigações sobre crimes de homicídio relacionados à disputa entre facções criminosas na região.
Prisões e confissão
Durante a operação, foi cumprido um mandado de prisão de recaptura contra Watilla Rafael Barbosa de Matos. O homem era foragido do sistema prisional, onde cumpria pena por tráfico de drogas.
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O segundo preso foi João Pereira da Silva Neto, conhecido pelo apelido de “Bigode”, que foi autuado por violação de domicílio mediante concurso de pessoas, corrupção de menores e resistência. Segundo as investigações, ele é membro da facção criminosa PCC e confessou ser um dos autores do assassinato da criança Ísis e de três tentativas de homicídio, crimes que ocorreram em 13 de agosto de 2025 na Folha 33, motivados pela disputa entre grupos criminosos.
Conexão com atentado
O caso que chocou Marabá aconteceu na noite de 13 de agosto, quando um grupo de oito criminosos promoveu um atentado a tiros contra uma residência na Folha 33, resultando na morte da bebê Ísis Emanuelle e deixando outras três pessoas feridas. O ataque foi motivado por uma rixa envolvendo o tráfico de drogas na região.
Conforme informações do delegado Vinicius Cardoso, superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, as investigações identificaram que um dos indivíduos presos na operação de fato participou do atentado que resultou na morte da bebê.
“Dando continuidade às diligências à procura dos indivíduos responsáveis pelo atentado na Folha 33, policiais civis identificaram um outro indivíduo também envolvido nesse atentado que estaria escondido no bairro Tiradentes, núcleo São Félix”, explicou o delegado.
Operação e resistência
No complexo São Félix, as equipes realizaram incursões táticas para localizar e prender indivíduos envolvidos na morte da criança e de outras três pessoas. Ao chegarem ao local, diversos suspeitos fugiram, pulando muros e resistindo ativamente à ação policial. Após intensa saturação e incursões em áreas de difícil acesso, as equipes conseguiram prender os dois indivíduos.
Durante as diligências, as equipes policiais apreenderam oito munições de calibre 38, além de balanças de precisão, materiais comumente utilizados no tráfico de drogas.
O delegado Vinicius Cardoso informou que outras pessoas que participaram do atentado já estão identificadas pela Polícia Civil. “Nós trabalhamos com o objetivo de também capturá-los com a maior brevidade possível”, afirmou. Quanto ao foragido recapturado, Watilla Rafael Barbosa de Matos, as autoridades ainda estão avaliando se ele também participou do atentado na Folha 33.
Vale lembrar que no dia 14 de agosto, um dia após o atentado, Wallisson Pinto da Silva, conhecido como “Pezão”, foi morto durante ação policial na Folha 33. Segundo apuração anterior, ele seria o principal elemento no grupo de criminosos responsável pelo ataque que vitimou a bebê Ísis.
A urgência das polícias Civil e Militar em prender os acusados foi motivada também pelo fato de que eles planejavam invadir o Hospital Municipal para executar um sobrevivente da noite anterior, que seria o verdadeiro alvo da rixa envolvendo o tráfico de drogas. O sucesso rápido da investigação foi garantido pelo monitoramento das conversas telefônicas entre os suspeitos. (Da Redação)