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Rajadas rápidas de rádio: estudo pode ter descoberto a origem do fenômeno

Rajadas rápidas de rádio: estudo pode ter descoberto a origem do fenômeno

Um artigo publicado nesta quarta-feira (6) na revista Nature traz novas pistas sobre as origens das rajadas rápidas de rádio (FRBs), emissões cósmicas misteriosas que nascem de pontos distantes do Universo e duram de um milissegundo a alguns segundos. 

Liderada pelo astrônomo Kritti Sharma, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, a pesquisa revela que as FRBs são mais frequentemente desencadeadas em galáxias grandes, com populações de estrelas jovens.

Animação mostra o aparecimento de rajadas rápidas de rádio (FRBs) em todo o céu. Créditos: NRAO Outreach/T. Jarrett (IPAC/Caltech); B. Saxton, NRAO/AUI/NSF)

As FRBs são emissões de rádio de altíssima energia que surgem de galáxias a milhões ou bilhões de anos-luz de distância. Difíceis de prever, geralmente elas aparecem uma única vez, o que torna sua detecção e rastreamento desafiadores. 

No entanto, a ciência tem avançado na captura desses sinais com o uso de novas tecnologias, como o Deep Synoptic Array, um interferômetro de rádio instalado no Rádio Observatório de Owens Valley, na Califórnia, que permite mapear as galáxias hospedeiras e localizar a origem das rajadas.

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Magnetares parecem a fonte mais provável das rajadas rápidas de rádio

Quando o fenômeno foi detectado pela primeira vez na Via Láctea, em 2020, os cientistas o associaram a um magnetar, uma estrela de nêutrons com um campo magnético até mil vezes mais forte que o de uma estrela de nêutrons comum. Os magnetares, que surgem após o colapso de supernovas, podem gerar rajadas de rádio devido à interação entre o intenso campo magnético e a gravidade da estrela. 

O estudo de Sharma e sua equipe analisou 30 galáxias hospedeiras de FRBs e revelou que, em grande parte, as rajadas provêm de galáxias massivas e com estrelas jovens. Essa descoberta corrobora a teoria de que os magnetares, cujas estrelas progenitoras têm uma vida curta, são responsáveis pela emissão das FRBs. Isso ocorre porque essas estrelas massivas, que geram magnetares, se formam principalmente em ambientes com muitas estrelas jovens, o que ajuda a explicar a prevalência das FRBs nessas galáxias.

A equipe também sugere que a metalicidade das galáxias – a quantidade de elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio – pode desempenhar um papel importante na formação dos FRBs. Galáxias com maior metalicidade, como as galáxias massivas, geram estrelas mais pesadas, o que pode estar relacionado à produção de magnetares. 

Conceito artístico de um magnetar emitindo uma rajada de radiação. Crédito: Sophia Dagnello, NRAO/AUI/NSF

No entanto, a pesquisa também aponta um problema: se as FRBs fossem causadas apenas por magnetares gerados em supernovas de colapso do núcleo, seria esperada uma distribuição mais ampla, incluindo galáxias de menor massa, o que não ocorre.

A solução proposta pelos pesquisadores é que os magnetares responsáveis pelas FRBs possam se formar a partir de fusões de estrelas binárias, o que acontece mais frequentemente em galáxias com populações de estrelas mais massivas. 

Embora a origem exata dos FRBs ainda seja incerta, o estudo fortalece a hipótese de que os magnetares desempenham um papel central. Com dados adicionais, os cientistas chegarão cada vez mais perto de desvendar o mistério das FRBs.

Com Informações: OLhar Digital

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