Em maio, o Kremlin afirmou ter derrubado um drone nos arredores da capital russa, provocando a interrupção de aeroportos da cidade; um ano antes, dois drones foram destruídos pelas defesas aéreas locais
As defesas aéreas da Rússia abateram nesta quarta (21) drones ucranianos em um raro ataque contra Moscou e seus arredores. Além da capital, as regiões de Briansk, Belgorod e Kursk, na fronteira com a Ucrânia, e Kaluga, a sudoeste da capital, também foram afetadas pelos bombardeios. “Esta é uma das maiores tentativas já registradas de bombardear Moscou com drones”, disse o prefeito da capital, Serguei Sobianin, em sua conta no Telegram. Segundo ele, a ação não deixou vítimas ou danos materiais. Ataques contra a capital russa são raros. Em maio, o Kremlin afirmou ter abatido um drone nos arredores de Moscou, provocando a interrupção das operações nos dois principais aeroportos da cidade durante uma hora. Um ano antes, em maio de 2023, dois drones foram destruídos pelas defesas aéreas quando sobrevoavam o Kremlin.
Ontem, o Ministério da Defesa russo afirmou que um total de 45 drones ucranianos foi destruído pelas defesas aéreas durante a noite — 23 foram abatidos em Briansk e seis perto da cidade de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Na segunda-feira (19) o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, pediu aos aliados ocidentais que suspendessem as restrições ao uso de armas contra bases aéreas e outros alvos estratégicos dentro da Rússia. Por enquanto, mísseis balísticos e de cruzeiro, incluindo o Storm Shadow, do Reino Unido, podem ser usados somente até as áreas de fronteira da Rússia. Zelenski disse que as restrições foram impostas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em razão do medo de uma escalada nuclear.
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Agora, no entanto, segundo o presidente ucraniano, elas não fazem mais sentido, já que a guerra está se espalhando cada vez mais para dentro da Rússia. Até o momento, EUA, Reino Unido e França não se mostraram dispostos a mudar sua política. Pressionada, a Ucrânia desenvolveu uma esquadrilha de drones cada vez mais ambiciosa. Em discurso em julho, o comandante das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Sirski, disse que “cerca de 200 locais de infraestrutura crítica” haviam sido atacados na Rússia. Todos ligados à “logística militar”. Eles incluíam fábricas, depósitos de combustível e refinarias.
A Rússia faz uso extensivo de drones e bombardeia regularmente Kiev e outras cidades ucranianas. Em entrevista, Sirski disse ontem que Moscou disparou 11.879 mísseis e drones contra a Ucrânia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. Apenas 43% foram abatidos, de acordo com ele. O ministro afirmou que metade dos ataques foi direcionada contra alvos civis. A estratégia ucraniana de atacar a Rússia com drones parece estar funcionando. Na quarta-feira, um bombardeio causou um incêndio que consumiu um grande depósito de petróleo em Proletarsk, cidade da região de Rostov, na Rússia. Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas.
Ao mesmo tempo que promove ataques contra Moscou, a Ucrânia continua a avançar na região de Kursk, onde as tropas russas tentam conter a ofensiva terrestre lançada pelo Exército ucraniano no dia 6 —a primeira vez que a Rússia é invadida desde a 2ª Guerra. Em Kursk, as tropas ucranianas atacaram repetidamente a infraestrutura de petróleo e gás, além de terem destruído duas pontes estratégicas. Kiev tomou a cidade de Sudzha e está perto de capturar Korenovo, que tinha uma população de 5.500 pessoas antes da guerra. Segundo relatos, os ucranianos estão nos arredores da cidade.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan