A decisão dos Estados Unidos de se retirar da Organização Mundial da Saúde (OMS) pode ter consequências significativas para a saúde global, especialmente para os países em desenvolvimento.
O anúncio, feito pelo presidente Donald Trump, representa um golpe no orçamento da organização e na pesquisa médica internacional.
Em entrevista ao CNN 360º desta terça-feira (21), o professor Vitelio Brustolin, especialista em Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense e pesquisador de Harvard, afirmou que a saída dos EUA resultará em uma perda de 20% do orçamento da OMS.
“O Trump falou que seria uma economia de US$ 550 milhões por ano. De fato, entre 2022 e 2023 a soma é de US$ 1,1 bilhão”, explicou Brustolin.
Impacto na pesquisa médica e programas de saúde
A retirada dos Estados Unidos não afetará apenas o orçamento da OMS, mas também a pesquisa médica global. Os EUA abrigam 72 centros de pesquisa da organização, o maior número no mundo.
“Nós perderíamos como humanidade a vanguarda de pesquisa médica, que é uma das maiores conquistas que nós tivemos e que é liderada hoje pelos Estados Unidos”, alertou o professor.
Além disso, programas de combate a doenças em países em desenvolvimento podem ser interrompidos. Doenças como malária e AIDS, que afetam de forma mais severa populações com menos recursos, podem perder importantes fontes de financiamento para pesquisa e tratamento.
Processo de saída e possível reversão
É importante notar que a saída dos Estados Unidos da OMS não é imediata. O processo leva um ano para ser concluído, o que significa que, se a decisão for mantida, os EUA deixariam oficialmente a organização em janeiro de 2026.
No entanto, há precedentes de reversão dessa decisão. Em 2020, Trump já havia tentado retirar os EUA da OMS, mas a medida foi revertida pelo presidente Joe Biden em 2021.
A possibilidade de uma nova administração mudar o curso dessa decisão ainda existe, deixando em aberto o futuro da participação dos Estados Unidos na Organização Mundial da Saúde.
Com Informações: CNN Brasil