No último ano, o asteroide 2024 PT5 permaneceu em órbita ao redor da Terra por algumas semanas, quase como um satélite natural. Não é à toa que recebeu o apelido de “segunda lua” ou “minilua”. Um grupo de pesquisadores publicou um estudo que analisa sua trajetória e identifica algumas das características do corpo celeste.
O corpo celeste permaneceu próximo à Terra por apenas algumas semanas e deixou a órbita do planeta em 25 de novembro. De acordo com o novo estudo, esse objeto rochoso pode ter se originado a partir de material ejetado da própria Lua há bilhões de anos, após uma colisão que formou algumas de suas crateras. Os dados foram coletados pelo Observatório Teide, na Espanha.
Um estudo publicado pela revista científica Astronomy & Astrophysics revelou que a composição química dessa “segunda lua” apresenta semelhanças com o material lunar coletado durante as missões Apollo, da agência espacial norte-americana (Nasa).
“Existem várias linhas de evidências sugerindo que este asteroide pode ter uma origem lunar”, afirma o principal autor do artigo e professor da Universidad Complutense de Madrid, Carlos de la Fuente Marcos, em mensagem ao site ao Space.
Características da “segunda lua”
Antes de se aproximar da Terra, o objeto estava no cinturão de asteroides de Arjuna, a cerca de 150 milhões de quilômetros do Sol. A maioria dos asteroides nessa região segue uma trajetória semelhante à órbita terrestre.
Marcos explica que alguns desses corpos celestes podem se aproximar até 4,5 milhões de quilômetros da Terra. Inclusive, para ser classificado como uma “segunda lua”, um asteroide precisa atender a esse critério e apresentar uma velocidade de 3.540 quilômetros por hora.
Uma “minilua” pode seguir dois tipos de trajetória: uma mais distante, onde o asteroide orbita o planeta por anos, ou uma passagem breve, que dura apenas dias ou semanas. O asteroide 2024 PT5 atende a todos os critérios para ser classificado como uma “segunda lua” e se encaixa nesse segundo caso, já que permaneceu na órbita terrestre por algumas semanas.
Após deixar a nossa órbita, o objeto retornou ao cinturão de asteroides de Arjuna, “expulso” por perturbações gravitacionais do Sol. Segundo Carlos de la Fuente, os dados coletados pelo Observatório Teide poderão auxiliar em estudos mais detalhados sobre o asteroide em futuras passagens pela Terra.
Como os cientistas acreditam que 2024 PT5 nasceu a partir de uma colisão de um objeto rochoso na Lua há bilhões de anos, eles também afirmam que talvez existam outros objetos semelhantes no cinturão de Arjuna.
“O asteroide 2024 PT5 passa por envolvimentos coorbitais recorrentes e eventos de ‘minilua’ do tipo sobrevoo temporariamente capturado. Seu espectro visível é compatível com o de um asteroide do tipo Sv ou, possivelmente, com material ejetado da Lua”, o estudo descreve.
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Com Informações: CNN Brasil