O suposto padre Anderson Costa Vieira, 35 anos, foi alvo de nova denúncia por pedir ajuda financeira em cerimônias fúnebres na Grande Belém. Em maio deste ano, a Arquidiocese de Belém já tinha afirmado que desconhecia o suposto sacerdote e esclareceu que Anderson não fazia parte da parte do quadro do clero belenense.
Desta vez, o novo caso ocorreu na última sexta-feira (11). O advogado João Almeida presenciou tudo e contou à redação integrada de O Liberal. Ele foi até o velório de um jovem de 23 anos que tinha morrido no dia anterior. Segundo Almeida, quando o corpo está sendo velado no bairro do Marco, Anderson apareceu no local se identificando e vestindo como padre, dizendo que poderia rezar pela jovem que morreu, caso pagassem pelo serviço.
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“Ele (Anderson) apareceu no velório dizendo que estava fazendo orações em outro velório ao lado. O suposto padre pediu dinheiro para orar e dizia que o valor era para obras de caridade. Ele colocou o saco, onde seria para colocar o dinheiro, perto do corpo do jovem que estava sendo velado”, disse o advogado.
Após algum tempo, João e os demais familiares da vítima começaram a estranhar o jeito que Anderson rezava, por “não ser a maneira comum que um padre costuma rezar”, além de ter pedido dinheiro em um momento delicado. “Os familiares conversaram entre si e perceberam que nenhum deles tinha chamado o padre para rezar”, contou João.
Na hora do cortejo fúnebre, em um cemitério particular de Marituba, Anderson pediu R$ 300 para, também, rezar no enterro. Antes de chegar lá, João e outras pessoas jogaram o nome do suspeito na internet e viram o alerta que a Arquidiocese de Belém tinha feito. Anderson chegou a apresentar uma carteira da Igreja Católica Anglicana do Brasil, como presbítero, que é um líder nas congregações cristãs locais.
“Fomos questionar ele (Anderson) e nos respondeu que era da Igreja Católica Anglicana do Brasil. As pessoas que deram dinheiro a ele pediram estorno do valor e ele devolveu. Foram quase R$ 500 que ele pegou, fora o dinheiro em espécie que deram para ele”, relatou João.
Mesmo assim, os familiares acionaram a polícia sobre o golpe. Mas, como iria ser realizado o enterro, ninguém foi até a delegacia registrar o caso de forma oficial. A redação integrada de O Liberal solicitou mais detalhes à Polícia Civil e à Arquidiocese de Belém. O Grupo Liberal aguarda retorno.
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Denúncia da Arquidiocese
Em um primeiro momento, em setembro de 2021, a nota da Arquidiocese de Belém foi divulgada após relatos de que um homem identificado por esse nome se dizia sacerdote e estava pedindo ajuda financeira em capelas de cemitérios na Grande Belém. No dia 10 de maio deste ano, Anderson teria celebrado um velório e pedido ajuda financeira aos familiares, que fizeram a denúncia para a Arquidiocese.
O comunicado da circunscrição eclesiástica também relembrou que todo sacerdote pertencente à Arquidiocese de Belém pode ser encontrado na lista disponível em seu site ou direto com a assessoria de comunicação, já que recebem muitos padres e religiosos em missão para curto período.
Em caso de dúvida, denúncia de suspeitas de fraude e informações, a Arquidiocese de Belém orienta contatar pelos seguintes contatos: 3215-7001 / 3215-7002 / curia@arqbelem.org.
Fonte: O Liberal