Escondida entre os prédios e o fluxo intenso do comércio no bairro da Campina, em Belém, a Capela do Pombo – também chamada Capela do Nosso Senhor dos Passos – volta a ganhar destaque após anos de esquecimento. Datada do século XVIII, a construção é uma das mais antigas expressões da arquitetura religiosa da capital paraense e agora está sendo restaurada para integrar projetos culturais e educacionais da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Situada na rua Campos Sales, antiga Rua do Passinho, a pequena capela guarda memórias do período colonial e da vida religiosa da cidade. Apesar da importância histórica, o local passou décadas abandonado, com danos estruturais que preocupavam moradores e comerciantes da região. Ainda assim, permaneceu como ponto de devoção popular, frequentado por fiéis que acendiam velas e faziam orações.

A mudança veio com a posse definitiva da capela pela UFPA, que desenvolveu um projeto para restaurar e revitalizar o espaço. A proposta é transformar o templo em um centro cultural ligado à Escola de Música da UFPA (EMUFPA), com atividades abertas ao público como apresentações musicais, oficinas, ações de extensão e formação artística.

Para o historiador Wesley Kettle, a capela tem um valor simbólico fundamental para Belém: “É uma das poucas capelas particulares que restam, e sua existência remete a uma época de grande poder econômico no Grão-Pará. A Capela Pombo é uma testemunha silenciosa da opulência daquela época”, afirma.

A iniciativa também envolve pesquisadores das áreas de Arqueologia, Antropologia e História, interessados em investigar a “vida social” da capela ao longo dos séculos, desde seus tempos de templo privativo até sua reconfiguração como espaço coletivo urbano.

Com a restauração em andamento, a Capela do Pombo ressurge como elo entre o passado colonial e o futuro cultural de Belém – um sinal de que é possível resgatar e dar novos significados a espaços históricos esquecidos.

Fotos: Marcos André

Com Informações: Para Web News