Dólar e Bolsa caem após ataques dos EUA ao Irã

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar e a Bolsa registravam queda na sessão desta segunda-feira (23), após a decisão dos Estados Unidos no fim de semana de se juntarem a Israel no ataque às instalações nucleares do Irã.

SAIBA MAIS

Os movimentos mais contidos do mercado podem indicar uma postura cautelosa dos investidores, que acreditam que uma possível retaliação iraniana ao bombardeio dos EUA seja limitada e não necessariamente aumente as tensões, segundo agentes do mercado.

SAIBA MAIS

Às 13h52, a moeda norte-americana caía 0,10%, cotada a R$ 5,520, na esteira da queda do dólar no exterior. O índice DXY, que mede a força da divisa dos EUA frente a uma cesta de seis outras divisas, caía 0,09%, a 98,62. No mesmo horário, a Bolsa perdia 0,79%, a 136.029 pontos.

SAIBA MAIS

Na sexta, o dólar subiu 0,48%, cotado a R$ 5,526, e a Bolsa teve forte queda de 1,15%, a 137.115 pontos, tendo como pano de fundo a decisão do BC (Banco Central) de quarta-feira de elevar a taxa Selic para 15% ao ano, além da escalada de tensões no Oriente Médio.O conflito entre as forças de Israel e do Irã entra no décimo primeiro dia e ganhou um novo capítulo na madrugada deste sábado (21), quando os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas.

SAIBA MAIS

Nos ataques, Washington utilizou sete bombardeiros B-2 nos e 14 bombas GBU-57, de 13,6 toneladas, que nunca havia sido utilizada antes em combate. Duas delas foram lançadas contra a usina de enriquecimento de urânio de Fordow, ao sul de Teerã.

SAIBA MAIS

Em resposta ao ataque, o Irã afirmou que "reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo", indicando que pretende retaliar as ações militares dos EUA.

SAIBA MAIS

No domingo, Israel voltou a atacar alvos militares no oeste do Irã, incluindo locais de lançamento e armazenamento de mísseis e, nesta segunda, promoveu um mega-ataque contra instituições do aparelho repressivo da teocracia iraniana. A ação também voltou a bombardear Fordow.

SAIBA MAIS

Apesar da escalada de tensões, os movimentos observados até agora nos mercados foram relativamente contidos.

SAIBA MAIS

"Os investidores parecem estar se apegando às esperanças de um desanuviamento e talvez estejam apenas agradecidos pelo fato de a resposta militar do Irã ter sido limitada e pelo fato de o ataque dos EUA ao Irã parecer ser um ataque único, e não o início de uma guerra total", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

SAIBA MAIS

Com ele concorda Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos. "O mercado provavelmente está imaginando que não haverá sequências mais agressivas. Ou de fato ainda está digerindo os acontecimentos do fim de semana. Acredito que não tem outra justificativa para essa calmaria toda hoje", afirmou.

SAIBA MAIS

Israel e Irã estão trocando ataques desde o dia 13 de junho. O objetivo declarado dos israelenses, que começaram o conflito, é impedir que o país persa desenvolva armas nucleares. Os iranianos retaliaram as ofensivas com mísseis e drones, no que se tornou mais um conflito que tem tornado o Oriente Médio um ponto crítico.

SAIBA MAIS

A escalada injeta novas incertezas nas perspectivas para inflação e atividade econômica mundial, com temores de impacto sobre os mercados de câmbio, de ações e sobre os preços do petróleo.

SAIBA MAIS

Isso porque, além da instabilidade geopolítica mundial promovida pelo conflito na região, o Irã voltou a ameaçar fechar o estreito de Hormuz neste domingo (22), após ser alvejado diretamente pelos americanos. O Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

SAIBA MAIS

O estreito é um dos gargalos marítimos globais, caminho para cerca de 20% do petróleo e derivados e de 20% do gás liquefeito produzido no mundo. O fechamento poderia afetar de forma significativa os preços de energia e, em consequência, a inflação e a atividade econômica de diversos mercados.

SAIBA MAIS

"Se o bloqueio do estreito for bem-sucedido, seria um desenvolvimento significativo para os mercados, dada a grande importância da rota para o comércio global de petróleo", afirmou Moutinho.

SAIBA MAIS

Os preços do petróleo ficaram voláteis na sessão desta segunda-feira. Os futuros do petróleo bruto Brent subiram 0,84%, para US$ 77,70 (R$ 429,45) por barril, por volta das 8h (horário de Brasília), enquanto o petróleo WTI (West Texas Intermediate), referência nos EUA, avançou cerca de 1%, para US$ 74,50 (R$ 411,76), novas máximas de cinco meses. Mas passaram a cair logo em seguida.

SAIBA MAIS

Por volta das 11h, o contrato para setembro do Brent caía 0,91%, a US$ 74,80, enquanto o WTI despencava 1,11%, a US$ 73,05.

SAIBA MAIS

Já as Bolsas caíram na Europa e na Ásia, exceto os três principais índices da China, que terminaram em alta. Nos EUA, os futuros das Bolsas estavam próximos da estabilidade.

SAIBA MAIS

Os principais índices de Wall Street abriram com pouca variação nesta segunda-feira. O Dow Jones Industrial Average perdia 0,07% na abertura, para 42.178,55 pontos. O S&P 500 ganhava 0,03%, a 5.969,67 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuava 0,10%, para 19.427,007 pontos.

SAIBA MAIS

Além do panorama do Oriente Médio, as atenções dos investidores se voltarão nos próximos dias para dados de inflação e comentários de autoridades de bancos centrais tanto no Brasil quanto nos EUA.Na cena doméstica, os destaques serão a divulgação da ata da reunião do BC, na terça-feira, e de números para o IPCA-15 de junho, na quinta-feira.

SAIBA MAIS

Na quarta passada, o BC avançou no ciclo de alta de juros com uma elevação em ritmo menor, de 0,25 ponto percentual. O atual patamar de 15% é o maior desde julho de 2006, quando a Selic estava fixada em 15,25% ao ano.

SAIBA MAIS

O ciclo de alta teve início em setembro do ano passado, ainda na gestão de Roberto Campos Neto, e até agora foram realizados sete aumentos consecutivos em nove meses. A taxa básica partiu de 10,50% ao ano e acumulou elevação de 4,5 pontos percentuais nesse processo.

SAIBA MAIS

A decisão surpreendeu parte do mercado. Uma boa parcela dos economistas apostava na manutenção da Selic no nível de 14,75% ao ano, outra pequena parcela projetava o aumento adicional de 0,25 ponto.

SAIBA MAIS

Uma Selic ainda mais alta oferece um diferencial de juros vantajoso para o Brasil, ainda mais em um contexto em que outros bancos centrais pelo mundo, sobretudo os de economias avançadas, têm cortado ou mantido suas taxas. Como consequência, o real se torna mais atrativo para investidores.

SAIBA MAIS

Na maior economia do mundo, o foco estará em torno dos depoimentos do presidente do Fed (Federal Reserve, o bc americano), Jerome Powell, ao Congresso dos EUA, na terça e na quarta-feira, e de dados do índice PCE de maio -o indicador preferido de inflação do Fed- na sexta-feira.

SAIBA MAIS

Também na última quarta-feira, o Fed manteve os juros no patamar de 4,25% a 4,50% pela quarta vez consecutiva nesta semana, em decisão unânime. O atual patamar foi definido em dezembro do ano passado e, desde então, o Fed tem observado as perspectivas econômicas ficarem nebulosas.

SAIBA MAIS

A principal fonte de incerteza é o governo do presidente Donald Trump, que voltou ao poder em janeiro e, em abril, instaurou pânico nos mercados ao anunciar uma reformulação na política tarifária dos EUA.

SAIBA MAIS

O prazo para o fim da pausa das tarifas abrangentes dos EUA será no início de julho. O governo Trump segue em negociações com seus principais parceiros, como o Japão e a União Europeia. Qualquer novidade sobre as disputas comerciais também pode movimentar os mercados.

SAIBA MAIS

Fonte: Notícias ao Minuto

SAIBA MAIS

Gostou deste story?

Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!

Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!

Portal Gurupi