Escaneamento de íris: “Me sinto lesada”, diz publicitária que fez coleta

A empresa Tools for Humanity, que oferece o serviço de escaneamento de íris em troca de criptomoedas, informou que cerca de 500 mil pessoas já fizeram o procedimento na cidade de São Paulo.

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Na última sexta-feira (24), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou a suspensão do pagamento pela coleta de íris dos cidadãos no Brasil.

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Segundo a ANPD, o tratamento de dados pessoais feito pela Tools é “particularmente grave”. A Coordenação-Geral de Fiscalização afirmou que não há possibilidade de exclusão dos dados biométricos já coletados, além de não haver reversão da revogação de consentimento.

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Em nota, a empresa informou que os representantes do projeto estão em contato com a ANPD desde o início das operações, em novembro de 2024.

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    “Me sinto lesada”

    A publicitária Mayara Rodrigues, de 28 anos, contou à CNN que ficou sabendo sobre o processo de “venda de íris” por meio de um amigo.

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    “Tinha algumas pessoas conhecidas dele fazendo um reconhecimento facial através da íris e ganhavam algum dinheiro em troca disso, e me indicou baixar o aplicativo para fazer também”, disse.

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    Ela afirmou que pesquisou rapidamente sobre o assunto e viu que outras pessoas estavam realizando a coleta. “Resolvi fazer também e indicar para alguns familiares”.

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    Apesar das pesquisas, Mayara relatou que não sabe, até agora, como funciona e para que serve a informação. Na conversa, a publicitária disse que fez a coleta em novembro de 2024 –quando começaram as operações– em um posto da Tools no Shopping Boulevard Tatuapé, na zona leste da capital paulista.

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    “Resumindo eles falam que aquela leitura é para mostrar que você é realmente um humano, e que o aplicativo te gera a recompensa por você ter ido fazer esse reconhecimento”, contou.

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    No relato, a publicitária disse que após publicar um vídeo em uma rede social –que já bateu cerca de 1,2 milhão de visualizações– pessoas do Brasil e de outros países a alertaram sobre o risco.

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    “Hoje minha sensação sobre isso é de muita preocupação. Me sinto lesada e o pior, com dados extremamente sigilosos e pessoais que podem estar em risco”.

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    A “recompensa” para a publicitária foram 50 “Worldcoin token”, uma criptomoeda que pode ser sacada em real. A profissional disse que as pessoas que realizam a coleta têm direito a um saque por mês, durante o período de um ano.

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    Desde que realizou o procedimento, Mayara já realizou dois saques, que totalizaram R$ 400. A cotação do “Worldcoin token” varia, por essa razão, o valor final que ela pode receber é incerto.

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    De acordo com a publicitária, ela tentará contato com a empresa para encerrar o vínculo com a plataforma. “Estou tentando achar um caminho para que meus dados sejam excluídos do aplicativo”, afirmou.

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    Riscos de “vender a íris”

    Pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a íris é um dado biométrico ou um dado pessoal sensível. Por isso, para trabalhar com essas informações, é preciso a autorização. Neste caso, a Tools for Humanity tem obtido o consentimento pelo aplicativo.

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    “Não sabemos ainda como essas informações serão utilizadas quando associadas em conjunto com algoritmos avançados, além da inteligência artificial (IA), podendo ser aberta uma porta para abusos, crimes e irregularidades”, alertou Karen Borges, gerente Adjunta da Assessoria Jurídica do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

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    A especialista ainda destacou que a prática de coleta de dados em troca de dinheiro é “duvidosa”, e pode ser caracterizada como “exploração de populações vulneráveis”. “É fundamental que as autoridades investiguem esse tipo de iniciativas, garantindo que o direito à privacidade e proteção aos dados dos titulares sejam respeitados”, ressaltou Borges.

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    * Com informações da Agência Brasil

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    Com Informações: CNN Brasil

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