Indígenas que ocupam a sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) desde o dia 14 de janeiro denunciam uma manobra para enfraquecer o movimento. Segundo as lideranças, ônibus foram contratados para transportar indígenas alinhados ao governo para uma mobilização em Belém nesta segunda-feira (3). A intenção seria reforçar a narrativa de que houve avanços históricos e que um acordo foi firmado, tentando desmobilizar o protesto.
De acordo com o cacique Dadá Borari, a articulação estaria sendo conduzida pela secretária de Povos Indígenas, Puyr dos Santos Tembé, e pela presidente da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Concita Sompré, cujo mandato já teria expirado sem nova eleição. Além disso, o Decreto nº 4.430/2025, que criou um grupo de trabalho para a política de educação escolar indígena, teria incluído apenas representantes da Fepipa, sem ampla convocação das etnias.
Auricélia Arapiuns, liderança da ocupação, critica a tentativa de apresentar como conquistas direitos já garantidos por lei, como o respeito ao bilinguismo e à gratificação para professores indígenas. Alessandra Korap, outra liderança do movimento, acusa o governo de tentar dividir o movimento indígena e questiona o envolvimento de uma agência de comunicação que também atua para mineradoras em conflitos com indígenas e quilombolas no estado.
O protesto, que já dura 20 dias na Seduc e inclui bloqueios em rodovias e uma greve de professores, tem apoio do Ministério Público Federal e de entidades nacionais e internacionais. Os manifestantes exigem a revogação da Lei nº 10.820/2024 e a exoneração do secretário Rossieli Soares. As lideranças reforçam que o movimento segue pacífico, mas alertam para possíveis confrontos diante da articulação governista.
Com Informações: Para Web News
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