Na sexta-feira (17), uma juíza dos Estados Unidos deu uma sentença a uma pessoa envolvida na invasão do Capitólio em 2021, no último dia de atividades do judiciário federal antes do presidente eleito Donald Trump assumir o cargo. Ela afirmou que esse pode ser o último réu envolvido no episódio que ela condenará.

“Este pode ser, dependendo do que acontecer fora desses muros, o último deles”, disse a juíza Tanya Chutkan ao réu, Brian Leo Kelly, que também se declarou culpado de uma segunda acusação, de invasão de propriedade dentro do Capitólio.

Se Trump conceder perdões gerais, como é o esperado, pelo menos para infratores não violentos acusados ​na invasão ao Capitólio em 2021, o papel do judiciário na supervisão dos casos terminaria imediatamente. Se Trump também perdoar infratores violentos, aqueles que estão presos poderiam ser libertados da custódia federal.

O caso criminal contra o republicano sobre o dia 6 de janeiro de 2021 foi arquivado.

“Estou totalmente ciente de que você pode nunca cumprir uma pena neste caso”, acrescentou Chutkan.

Outros condenados na sexta-feira incluíam Kellye SoRelle, que foi sentenciada por obstrução da justiça; dois irmãos que agrediram a polícia no Capitólio; um homem que quebrou uma das portas de madeira originais de 171 anos do Senado dos EUA; e dois homens que, separadamente, usaram substâncias químicas contra a polícia que protegia o local.

Relembre a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 através desta matéria. 

O ex-policial metropolitano Michael Fanone também compareceu ao tribunal federal de Washington para fornecer um depoimento na sentença de outro réu – um homem que ajudou a puxá-lo para um grupo de apoiadores de Trump, que deram choques e espancaram Michael.

Chutkan sentenciou Kelly a 10 dias de prisão, além de liberdade condicional, serviço comunitário e um pagamento de restituição. Ela permitiu que ele saísse do tribunal e se rendesse voluntariamente em uma data posterior – se ele não for perdoado.

Kelly está entre os réus não violentos de 6 de janeiro, que andaram pelos corredores do Capitólio, filmando com o próprio celular e “tirando fotos como lembranças”, segundo os promotores.

“Você se tornou parte do esforço para impedir a transferência pacífica de poder”, Chutkan disse a ele. “Espero que nunca tenhamos algo assim acontecendo neste país. Antes de 6 de janeiro, eu não achava que isso poderia acontecer”, afirmou.

“Isso expôs rachaduras sérias em nossa democracia”, acrescentou a juíza.

Chutkan, em uma aparente alusão ao caso de Trump e a promessa dele de perdões, acrescentou que não deixaria a sentença para Kelly ser influenciada pelo “que pode acontecer” ou “quem não foi processado”.

Após a audiência, Kelly disse à CNN que não queria dizer se esperava que Trump o perdoasse.

“Espero o melhor para todos — democratas e republicanos”, declarou ele.

Em um ponto durante a sentença, Kelly e Chutkan discutiram a beleza dentro do edifício do Capitólio.

Kelly, um soldador e trabalhador da construção civil do norte da Virgínia, que trabalhou no Cemitério de Arlington, disse que nunca esteve tão perto do Capitólio quanto em 6 de janeiro de 2021. Ele acrescentou que foi lá “para apoiar meu candidato”, mas não para protestar.

O juiz James “Jeb” Boasberg, que é o juiz-chefe do Tribunal Distrital de DC, observou a carga de trabalho que o tribunal teve ao lidar com os procedimentos de quase 1.600 manifestantes do Capitólio nos últimos quatro anos.

“Estou orgulhoso da maneira como este tribunal lidou com esta acusação histórica e sem precedentes, que os juízes, independentemente de qual presidente os nomeou, lidaram com os assuntos de forma justa e expedita”, disse ele à CNN.

A cena movimentada no tribunal federal de Washington na sexta-feira refletiu no bloqueio que o prédio enfrentou após o dia 6 de janeiro.

O tribunal estava cercado por uma cerca alta de metal preto. Um helicóptero de vigilância sobrevoava o prédio e as ruas ao redor já estavam fechadas pela polícia para fins de segurança.

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Com Informações: CNN Brasil