Por que ratos estão invadindo cidades pelo mundo? Cientistas explicam

Há um ditado que diz que, em uma grande cidade, você nunca está a mais de dois metros de um rato. É um mito urbano, mas os cientistas estão alertando que as cidades ao redor do mundo estão se tornando muito mais infestadas de ratos, e o aumento é principalmente impulsionado por um fator: as mudanças climáticas.

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Jonathan Richardson, professor de biologia na Universidade de Richmond, decidiu pesquisar as tendências urbanas de ratos depois de ver reportagens na mídia sobre ratos tomando conta das cidades. Esses relatos tendiam a se concentrar em locais específicos e “geralmente sem muitos dados concretos”, ele disse à CNN.

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Ele e sua equipe decidiram mudar isso. Solicitaram dados sobre ratos das 200 maiores cidades dos EUA por população, mas descobriram que apenas 13 possuíam os dados de longo prazo de boa qualidade que precisavam. Para ampliar a abrangência geográfica, os pesquisadores também incluíram três cidades internacionais: Toronto, Tóquio e Amsterdã.

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Os dados coletados abrangeram uma média de 12 anos e incluíam avistamentos de ratos, captura e relatórios de inspeção.

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Os resultados revelaram “tendências de aumento significativo” no número de ratos em 11 das 16 cidades, de acordo com o estudo, publicado na sexta-feira (31) na revista *Science Advances*. Washington DC, São Francisco, Toronto, Nova York e Amsterdã experimentaram o maior crescimento. Apenas três cidades viram quedas: Nova Orleans, Louisville e Tóquio.

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O estudo associou o aumento dos ratos a vários fatores, incluindo altas densidades populacionais e baixa quantidade de vegetação urbana, mas a principal influência foi o aumento das temperaturas médias.

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Os ratos são mamíferos de pequeno porte e limitados pelo frio, disse Richardson. Temperaturas mais altas, especialmente no inverno, oferecem a eles mais tempo fora de casa para buscar alimento e, crucialmente, mais tempo para se reproduzir ao longo do ano.

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Um clima mais quente também pode prolongar as temporadas de crescimento, fornecendo mais comida e vegetação para os ratos se esconderem, afirmou Michael Parsons, ecologista de campo urbano e especialista em ratos selvagens, que não participou da pesquisa. “Até os odores de comida e lixo podem viajar mais longe em clima mais quente”, disse ele à CNN.

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O aumento das populações de ratos é um grande problema para as cidades. Os ratos danificam a infraestrutura, contaminam alimentos e podem iniciar incêndios ao roer fios. Eles causam danos estimados em 27 bilhões de dólares a cada ano nos EUA, de acordo com o relatório.

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Eles também representam um risco à saúde. “Os ratos estão associados a mais de 50 patógenos que afetam as pessoas”, os quais são transmitidos através da urina, fezes, saliva, materiais do ninho e parasitas, disse Matt Frye, especialista em pragas da Universidade Cornell, que não participou da pesquisa.

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Alguns desses patógenos podem ser graves, como a leptospirose, também chamada de doença de Weil, que pode causar danos aos rins e fígado e até mesmo a morte sem tratamento.

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    Há também evidências crescentes de que os ratos têm “grandes impactos na saúde mental” das pessoas que vivem ao redor deles, disse Richardson.

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    Mesmo entre as cidades mais infestadas de ratos identificadas no estudo, Washington, DC, se destacou. Ela teve um aumento 1,5 vez maior na população de ratos do que Nova York.

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    O sinal mais evidente de um problema com ratos em DC é um buraco roído em uma lata de lixo de plástico rígido. “A única maneira de tornar uma lata de lixo à prova de roedores é não colocar comida nela”, disse Gerard Brown, responsável pelo programa de controle de roedores da cidade.

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    O ano passado foi o mais quente já registrado em DC — uma má notícia para as tentativas de controlar os ratos. Brown espera que a onda de frio em dezembro e janeiro ajude a reduzir a população. “O frio age como um exterminador natural”, disse ele.

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    Brown e outros funcionários da cidade tentaram um projeto piloto de controle de natalidade de ratos há alguns anos, mas abandonaram-no após resultados inconclusivos. Os ratos precisavam consumir um líquido anticoncepcional diariamente, uma tarefa impossível de garantir.

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    Brown disse que os números de ratos em DC podem ser tão altos porque a cidade incentiva os moradores a relatar cada avistamento de rato.

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    Os relatórios públicos sobre ratos são muito úteis, mas podem ser falhos, disse o ecologista de campo Parsons. As pessoas normalmente só fazem uma denúncia quando veem algo “inusitado”, disse ele, e não quando os ratos são esperados em determinada área.

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    É extremamente difícil determinar números precisos de ratos urbanos, acrescentou Parsons. “Os ratos são pequenos, discretos e geralmente noturnos.”

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    Richardson disse que o grande número de ratos em algumas cidades não é um reflexo do comprometimento das autoridades em resolver o problema, mas os esforços para reduzir a população de ratos geralmente são subfinanciados.

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    Lições podem ser aprendidas com as três cidades do estudo que reduziram as populações de ratos, disse ele. Ele atribui o sucesso dessas cidades a campanhas que informaram os moradores sobre como evitar atrair ratos e tornaram os recursos da cidade disponíveis para ajudar.

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    Richardson também incentivou as autoridades a se afastarem do controle letal, “porque isso é apenas uma resposta às infestações que já existem” e a pensar mais sobre como tirar o acesso ao que os ratos dependem, como resíduos alimentares, acesso ao lixo e pilhas de entulho.

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    Os resultados são um alerta sobre o desafio que os ratos podem representar em um mundo mais quente, disse Richardson. “Se você não tiver controle sobre isso, só vai piorar. Você não quer ser como Sísifo empurrando aquela pedra morro acima.”

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    Em DC, Brown disse estar otimista sobre a batalha da cidade para manter os ratos sob controle. “Ninguém no mundo acha que vamos nos livrar totalmente dos ratos, mas podemos reduzi-los a um nível administrável”, disse ele. “O objetivo é controlar e reduzir.”

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    Com Informações: CNN Brasil

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